O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou um aumento de 50% no contingente da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá, situada entre Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná, próximo à fronteira com o Paraguai. A medida foi tomada após um ataque ocorrido na noite de sexta-feira (3), quando quatro indígenas da comunidade Yvy Okaju, do povo Avá-Guarani, foram feridos a tiros. Entre as vítimas estão uma criança com ferimento na perna, um jovem alvejado nas costas, outro indígena atingido na perna e uma pessoa que sofreu um grave ferimento no maxilar.
De acordo com o Ministério da Justiça, as ações já implementadas restauraram a ordem na região. “Medidas preventivas estão em curso para evitar a escalada de tensões”, informou a pasta.
Reforço e operações no local
A FNSP foi informada do ataque por volta das 21h de sexta-feira, o que levou ao anúncio do reforço no efetivo no sábado (4). Em novembro de 2024, a Portaria nº 812 já havia autorizado, por 90 dias, a presença da Força Nacional na região para apoiar a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Equipes em prontidão foram acionadas para intensificar o patrulhamento, reforçar a segurança e apoiar a realocação de moradores para áreas mais protegidas da aldeia. A Polícia Federal do Paraná lidera as investigações para identificar os responsáveis pelos disparos, com apoio da Força Nacional e da Polícia Militar do Paraná no policiamento ostensivo.
Assistência às vítimas e críticas à atuação da Força Nacional
As vítimas foram encaminhadas à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Guaíra e ao Hospital Bom Jesus, em Toledo, a cerca de 100 km do local do ataque. A situação está sendo monitorada pela Guarda Municipal e pela Funai.
Conflitos persistentes
O Cimi tem denunciado o aumento das tensões na região, que aguarda a conclusão do processo de demarcação da TI Tekoha Guasu Guavirá. Desde 29 de dezembro, o povo Avá-Guarani tem enfrentado ataques com disparos de arma de fogo, bombas, incêndios em plantações, vegetação e moradias. Imagens desses ataques têm circulado nas redes sociais, gerando grande repercussão. As autoridades seguem monitorando a situação para evitar novos episódios de violência. Com informações Agência Brasil