Embora nomes como Nostradamus e Baba Vanga sejam os mais lembrados quando o assunto é profecia, há outro vidente que intriga estudiosos: Mitar Tarabich (1829–1899), um camponês sérvio sem estudos formais que viveu na pequena vila de Kremna.

A relação próxima com seu padrinho, o padre ortodoxo Zaharije Zaharich, garantiu que suas visões não se perdessem. O religioso registrou em um caderno cada revelação feita por Tarabich. O manuscrito quase desapareceu em 1943, durante a ocupação búlgara, quando foi parcialmente queimado em um incêndio. Mesmo assim, sobreviveu e voltou às mãos da família do padre, preservando o legado do vidente.

Entre as previsões, algumas chamam atenção pela precisão. Tarabich teria antecipado o assassinato do rei Alexandre Obrenović e da rainha Draga, em 1903, e a ascensão da dinastia Karađorđević — fatos confirmados anos depois. Ele também descreveu com detalhes a devastação da Primeira Guerra Mundial, citando a invasão de um exército três vezes maior vindo do norte, exatamente como ocorreu com as ofensivas austro-húngara e alemã.

Outra profecia fala de uma “doença estranha” que abalaria o mundo, sem que os cientistas conseguissem encontrar a cura. Para alguns estudiosos, essa descrição se aproxima da pandemia de Covid-19; para outros, trata-se de uma metáfora sobre problemas sociais mais amplos.

Tarabich ainda teria falado sobre armas capazes de lançar um “feitiço do sono” nos soldados, o que pesquisadores modernos interpretam como possíveis referências a armamentos químicos, biológicos ou até radioativos.

Mais de um século após sua morte, as visões do vidente de Kremna continuam despertando interesse e debates, especialmente em tempos de crises globais e incertezas políticas. Para muitos, resta a dúvida: suas últimas profecias ainda estariam por acontecer?

Siga a Paiquerê FM 98.9 e se mantenha informado: @paiquerefm