O julgamento da chamada Trama Golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) teve momentos de atrito e revelações importantes nesta terça-feira (9). Logo na abertura de seu voto, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que não é normal um general do governo manter “anotações golpistas” em sua agenda, em referência a Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o documento sugeria medidas para enfraquecer o Judiciário e até respaldar o descumprimento de ordens judiciais.

Moraes também apresentou slides em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi destacado como líder de uma organização criminosa, junto a outros sete réus do núcleo central do esquema. De acordo com o relator, o grupo teria utilizado órgãos públicos para monitorar adversários políticos, desacreditar a Justiça Eleitoral e atentar contra a democracia, numa estratégia que começou a ser articulada em 2021, ganhou força nas eleições de 2022 e culminou na tentativa de golpe em 2023.

Além das acusações, a sessão foi marcada por um atrito entre ministros. Enquanto Moraes lia seu voto, o ministro Flávio Dino pediu a palavra e foi autorizado a intervir. No entanto, Luiz Fux contestou, lembrando que havia um acordo prévio para que não houvesse apartes durante os votos da Primeira Turma. Moraes rebateu que o pedido foi feito a ele, cabendo, portanto, sua decisão. O presidente da Turma, Cristiano Zanin, confirmou a explicação. Após uma breve troca de falas, Dino fez uma brincadeira com Fux, e o julgamento seguiu normalmente. Com informações: Portal G1