Motiva vende 20 aeroportos, incluindo o de Londrina, para grupo mexicano Asur por R$ 11,5 bilhões
Negócio envolve terminais no Brasil e no exterior; operação ainda depende de aprovação da ANAC e de reguladores internacionais

A Motiva, antiga CCR, confirmou nesta terça-feira (18) a venda de todos os seus 20 aeroportos — incluindo o Aeroporto Governador José Richa, em Londrina — ao grupo mexicano Asur por R$ 11,5 bilhões. O pacote inclui 17 terminais brasileiros, entre eles Confins (Belo Horizonte), Afonso Pena e Bacacheri (Curitiba), Foz do Iguaçu e Goiânia, além de três aeroportos internacionais: Quito (Equador), San José (Costa Rica) e Curaçao (Antilhas Holandesas).
Pelo acordo, a Aeropuerto de Cancún, subsidiária da Asur, pagará R$ 5 bilhões pela participação acionária e assumirá R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas da Motiva. A conclusão da transação ainda depende do aval da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), de credores e de autoridades reguladoras dos países onde os terminais estão localizados. Segundo o CEO da Motiva, Miguel Setas, a venda está alinhada ao plano estratégico da companhia, que busca simplificar o portfólio e expandir investimentos nos setores de rodovias e trilhos.
A movimentação já era esperada, já que a empresa vinha sinalizando a intenção de deixar o segmento aeroportuário, enquanto direcionava esforços para grandes concessões de infraestrutura. Com a venda, a alavancagem financeira do grupo deve cair de 3,5 para menos de 3 vezes, fortalecendo a capacidade da Motiva para disputar cerca de R$ 160 bilhões em concessões previstas nos próximos anos. Em Londrina, o contrato de concessão incluía investimentos de R$ 273 milhões para melhorias na pista, ampliação do terminal de passageiros e obras de taxiamento.

