MP denuncia responsáveis por clínica de dependentes químicos por homicídio e tortura em Londrina
De acordo com a denúncia, ao menos 18 internos teriam sido vítimas de agressões físicas e psicológicas reiteradas. Dois deles morreram em consequência das violências sofridas durante o período em que estiveram internados

O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da 24ª Promotoria de Justiça de Londrina, no Norte Central do estado, denunciou quatro pessoas responsáveis por uma clínica de tratamento de dependentes químicos pela prática dos crimes de homicídio, tortura, cárcere privado, sequestro e lesão corporal grave. As acusações decorrem de investigações que apontam uma série de violências cometidas contra pacientes da instituição entre os anos de 2021 e 2023.
De acordo com a denúncia, ao menos 18 internos teriam sido vítimas de agressões físicas e psicológicas reiteradas. Dois deles morreram em consequência das violências sofridas durante o período em que estiveram internados. Entre os atos descritos estão a administração forçada de medicamentos controlados, sessões de afogamento, golpes de estrangulamento conhecidos como “mata-leão”, além de amarrações e outras agressões.
Os denunciados ocupavam diferentes funções na clínica: o proprietário, um monitor, um administrador e um coordenador. As apurações também revelaram que a instituição realizava internações involuntárias de forma irregular, promovendo ou aceitando pacientes oriundos de chamados “resgates sociais” sem autorização judicial ou laudo médico, prática proibida pela legislação vigente. Após essas internações forçadas, segundo o Ministério Público, os internos eram submetidos a um ambiente de extrema violência, marcado por castigos físicos e restrições ilegais da liberdade.
A denúncia foi recebida pelo Juízo na última quinta-feira, 11 de dezembro, e a ação penal tramita na 5ª Vara Criminal de Londrina. Além da condenação criminal dos acusados, o Ministério Público requer que seja fixado um valor mínimo para reparação dos danos morais causados às vítimas. A promotora de Justiça Susana Broglia Feitosa de Lacerda comentou o caso em áudio divulgado pelo MPPR, destacando a gravidade dos fatos e a violação dos direitos fundamentais das pessoas internadas. Com informações: Assessoria de imprensa MPPR

