Após o anúncio do encerramento das atividades da Casa do Bom Samaritano, abrigo com 42 anos de atuação na zona leste de Londrina, o Ministério Público do Paraná (MPPR) determinou que o Poder Executivo apresente, em 48 horas, cópias dos convênios e dos termos de encerramento, além de uma planilha detalhando os repasses dos últimos 24 meses. Em nota, a Promotoria avaliou que o fechamento “representa grave risco de desassistência”, já que o local acolhe 47 moradores fixos — 25 idosos e 22 pessoas com deficiência — e também recebe pessoas em situação de rua.

A entidade afirma tentar, há pelo menos dois anos, negociar com a Prefeitura um aumento nos repasses, que hoje cobririam menos de 50% dos custos, cenário agravado pela queda nas doações. Diante da urgência, o MPPR expediu ofícios às secretarias municipais de Assistência Social e do Idoso e ao Gabinete do Prefeito, exigindo, em até cinco dias, um plano de contingência com instituições de destino e cronograma de transferências, além de um relatório atualizado de vagas em outras ILPIs e residências inclusivas conveniadas no município.

Em resposta, a Prefeitura informou ter iniciado planos de ação nas duas secretarias para garantir a transferência dos acolhidos “de forma segura e humanizada”, e o prefeito Tiago Amaral assegurou que “ninguém ficará desassistido”. Uma reunião com visita técnica à instituição foi agendada com a 7ª Promotoria de Justiça e o Centro de Apoio Técnico à Execução (CAEX) para avaliação in loco e sequência das tratativas.