O alemão que ficou mais rico do que qualquer bilionário atual

No século 16, o banqueiro alemão Jakob Fugger acumulou uma fortuna estimada em até 10% de toda a riqueza da Europa, superando, em proporção econômica, os bilionários mais ricos da atualidade

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Quando se fala nos homens mais ricos do mundo, nomes como Elon Musk, Jeff Bezos e Bill Gates costumam dominar os rankings. No entanto, cinco séculos antes do capitalismo moderno, um único homem concentrou uma parcela da economia europeia tão grande que faz as fortunas atuais parecerem modestas. Esse homem foi Jakob Fugger, conhecido ainda em vida como “O Rico”.

Segundo estimativas históricas reunidas pelo jornalista e biógrafo Greg Steinmetz, Fugger chegou a controlar cerca de 10% de toda a riqueza da Europa. Em valores aproximados de hoje, isso representaria algo em torno de US$ 400 bilhões, cifra superior à de qualquer bilionário vivo.

Quem foi Jakob Fugger
Jakob Fugger nasceu em 1459, na cidade de Augsburg, no sul da atual Alemanha. Em uma Europa fragmentada por reinos, impérios e cidades-estado, ele enxergou oportunidades além dos mercados locais. Enquanto comerciantes da época se limitavam a rotas regionais, Fugger criou uma rede internacional de negócios em um período sem bancos centrais, bolsas de valores ou sistemas financeiros organizados. Na prática, ajudou a moldar as bases do sistema bancário moderno.

O banqueiro dos imperadores e do Vaticano
A fortuna de Fugger não veio apenas do comércio. Seu império envolvia mineração de cobre e metais preciosos, além de operações de crédito em larga escala. Ele financiou alguns dos governantes mais poderosos da história europeia, como Maximiliano I, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Carlos V, Henrique VIII da Inglaterra e até o Vaticano.

Sem os empréstimos de Fugger, guerras, coroações e decisões políticas centrais simplesmente não teriam ocorrido. Seu poder financeiro o colocou nos bastidores das maiores transformações da Europa do século 16.

O homem mais rico da história
Comparar fortunas de épocas diferentes é um desafio, mas historiadores usam um critério fundamental: a proporção da economia total controlada por uma pessoa. Nesse aspecto, Jakob Fugger se destaca de forma excepcional. Ao morrer em 1525, ele concentrava cerca de 2% de toda a produção econômica europeia.

Em entrevista à BBC Mundo, Greg Steinmetz foi categórico:
“Jakob Fugger foi, sem dúvida, o banqueiro mais poderoso de todos os tempos.”

Por que ele não é tão conhecido?
Apesar da influência colossal, Fugger permaneceu relativamente fora do imaginário popular. Diferente de famílias como os Médici ou os Bórgia, ele evitava cargos políticos, holofotes e grandes demonstrações públicas de poder. Preferia atuar nos bastidores. Além disso, por ser alemão, acabou menos citado na historiografia de língua inglesa, que domina grande parte da produção histórica moderna.

Uma mente financeira à frente do tempo
Fugger também deixou conceitos que ainda orientam o mercado financeiro atual. Defensor da diversificação, aconselhava dividir o patrimônio entre diferentes ativos para reduzir riscos — estratégia usada até hoje por grandes investidores e fundos internacionais. Ele reinvestia lucros de setores fortes, como mineração, em outras áreas, mantendo equilíbrio e estabilidade mesmo em períodos de crise.

Um legado social que atravessou séculos
Apesar da imagem de banqueiro implacável, Fugger também criou um dos primeiros projetos de habitação social da história. Em 1521, fundou a Fuggerei, em Augsburg, considerada o conjunto habitacional social mais antigo do mundo ainda em funcionamento. O local abriga moradores com aluguéis simbólicos até hoje, mais de 500 anos depois.

Riqueza, poder e discrição
Jakob Fugger financiou impérios, influenciou reis e moldou a economia europeia, tudo isso sem buscar fama. Sua história mostra que, muitas vezes, o maior poder não está nos holofotes. Quando a pergunta é quem foi o homem mais rico que já existiu, a resposta provavelmente não está no Vale do Silício, mas na Alemanha do século 15.

E o nome dele é Jakob Fugger.

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