Se existisse um concurso de beleza ao contrário, o grande vencedor já estaria escolhido: o peixe-gota (Psychrolutes marcidus), também conhecido como peixe-bolha. Ele conquistou, com folga, o título de animal mais feio do mundo segundo a Ugly Animals Preservation Society. Mas calma — antes de rir da “cara amassada” desse morador das profundezas, saiba que existe uma boa explicação para o visual nada glamouroso.

O peixe-gota vive em águas frias e profundas, geralmente a mais de mil metros abaixo da superfície, nas regiões próximas à Austrália e à Tasmânia. Lá embaixo, a pressão é tão intensa que esmagaria a maioria dos animais. E é justamente por isso que ele não tem músculos robustos nem ossos duros — seu corpo é uma espécie de “gelatina” adaptada para sobreviver nesse ambiente extremo.

A famosa aparência “derretida” que vemos nas fotos, com expressão de quem acordou do lado errado da cama, é na verdade resultado de tirá-lo do seu habitat. Dentro d’água, com a pressão correta, ele não parece tão… digamos, deprimido. Fora dela, perde a forma e fica com aquele ar de personagem de desenho animado que levou um amasso de bigorna.

Mesmo com o visual curioso, o peixe-gota não é vilão — pelo contrário. Ele se tornou um símbolo da preservação de espécies desconhecidas e ameaçadas, lembrando que todos os seres, bonitos ou não, têm um papel importante no equilíbrio do planeta. E cá entre nós, beleza é relativa: talvez lá no fundo do mar, o peixe-gota seja considerado um galã irresistível.