Nas águas turvas do rio Amazonas, vive uma criatura que desafia a nossa imagem de golfinhos. O boto-cor-de-rosa, um mamífero aquático único e notável, é a maior espécie de golfinho de água doce e a mais famosa da América do Sul. Sua cor vibrante, que varia do cinza ao rosa intenso, é um mistério. Cientistas acreditam que a tonalidade rosada pode estar relacionada à sua idade, temperatura corporal e à dieta.

Diferente de seus parentes marinhos, o boto-cor-de-rosa tem uma característica crucial para sua sobrevivência em rios: um pescoço flexível que lhe permite virar a cabeça em um ângulo de 90 graus. Isso é essencial para navegar entre as árvores e raízes de florestas alagadas e para caçar em águas rasas e turvas. Sua inteligência também é notável, com um cérebro 40% maior que o de um ser humano em peso corporal.

O boto é um animal central nas lendas amazônicas. A mais famosa delas diz que, em noites de festa, ele se transforma em um belo homem, seduzindo jovens mulheres, e depois retorna ao rio ao amanhecer. Essas lendas são um testemunho da importância cultural e da mística que envolve esse fascinante mamífero.