O Brasil, com sua vasta diversidade natural, guarda segredos que muitas pessoas nem imaginam. Um deles está em uma pequena e charmosa cidade do Piauí, Pedro II, que detém um tesouro subterrâneo raro e valioso: a opala nobre.
Esta gema, conhecida por seu brilho único e pela capacidade de refletir uma variedade de cores, é uma das mais raras e valiosas do mundo. E, surpreendentemente, o Brasil é um dos dois únicos países onde ela pode ser encontrada em estado nobre, com a cidade de Pedro II sendo a sua única fonte no território nacional.
A verdadeira riqueza da cidade não está em sua paisagem amena ou em seu clima de serra, mas sim embaixo de seu solo. A descoberta da opala nobre em Pedro II aconteceu de forma quase acidental, no fim da década de 1960, quando moradores encontraram pedras brilhantes ao escavarem a terra para plantar. Desde então, a extração da pedra preciosa se tornou um símbolo de sustento para grande parte da comunidade local.
A opala nobre brasileira rivaliza em qualidade com a australiana, a outra única fonte da gema. O que a diferencia, no entanto, é seu contexto histórico e artesanal. A extração na cidade ainda é feita com métodos rudimentares, dependendo em grande parte da experiência e da sorte dos garimpeiros. Muitos chegam a passar meses sem encontrar uma pedra valiosa, mas a esperança de mudar de vida e a herança cultural da atividade os motivam a continuar.
Uma vez extraída, a opala bruta vai para as mãos de lapidadores locais. Esses artesãos transformam o material em gemas prontas para se tornarem joias, revelando todo o seu potencial estético e valor. As peças criadas com a opala de Pedro II não só são vendidas nas joalherias da cidade, como também chegam a mercados de joias em outras partes do Brasil e do exterior, consolidando a exclusividade da gema.