OMS alerta: 15 milhões de adolescentes já usam cigarro eletrônico no mundo

Primeiro relatório global sobre vapes mostra uso acelerado entre jovens de 13 a 15 anos, levantando preocupações sobre dependência e riscos à saúde

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou seu primeiro levantamento global sobre o uso de cigarros eletrônicos, revelando um dado alarmante: ao menos 15 milhões de adolescentes entre 13 e 15 anos já utilizam vapes em todo o mundo. O estudo faz parte do Global Tobacco Epidemic Report, atualizado a cada dois anos, e se tornou referência para políticas de combate ao tabagismo.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o crescimento do consumo entre menores representa “uma ameaça emergente à saúde pública”, impulsionada por produtos com sabores chamativos, embalagens coloridas e estratégias de marketing direcionadas ao público jovem. “A indústria do tabaco está criando uma nova geração de dependentes”, afirmou.

Tabagismo segue preocupante entre adultos
O relatório mostra que, apesar da queda de cerca de 25% no consumo de cigarros convencionais nas últimas duas décadas, um em cada cinco adultos ainda fuma regularmente — mais de 1 bilhão de pessoas. Países de baixa e média renda concentram os maiores índices, enquanto o uso de cigarros eletrônicos cresce principalmente em nações de alta renda, como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Coreia do Sul.

A OMS alerta que a ideia de que vapes seriam uma alternativa mais segura é equivocada. Evidências já mostram riscos semelhantes aos do cigarro comum para o sistema respiratório e cardiovascular.

Adolescentes: o grupo que mais preocupa
Os jovens entre 13 e 15 anos são hoje o grupo de maior expansão no uso de vapes. Entre os fatores que explicam esse aumento estão:

  • facilidade de compra online, muitas vezes sem checagem de idade;

  • sabores artificiais que lembram doces e frutas;

  • influência de redes sociais e publicidade indireta por influenciadores;

  • ausência ou fragilidade na regulamentação em muitos países.

Estudos citados pela OMS mostram que adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm o dobro de chances de migrar para o cigarro tradicional no futuro, o que ameaça reverter décadas de avanços contra o tabagismo.

Recomendações globais
A OMS defende que os países adotem medidas mais rígidas: proibição total de marketing, restrição de vendas a menores, tributação específica e rótulos semelhantes aos do cigarro comum. Atualmente, apenas 34 países banem completamente a venda de vapes, enquanto 88 possuem algum tipo de restrição. A agência também pede controle sobre publicidade velada em plataformas digitais.

A situação no Brasil
Desde 2009, a Anvisa proíbe a importação, comercialização e propaganda de cigarros eletrônicos. Mesmo assim, o consumo cresce no país — especialmente entre jovens. Segundo o INCA, o Brasil já possui 2,5 milhões de usuários, número quatro vezes maior do que há cinco anos. Autoridades alertam para o risco de lesões pulmonares causadas por substâncias químicas inaladas e para o potencial de dependência da nicotina líquida.

Um alerta global renovado
Para a OMS, o uso de cigarros eletrônicos inaugura “uma nova fase da epidemia de nicotina”. Embora o produto seja diferente do cigarro convencional, o objetivo é o mesmo: criar e manter dependentes, agora com apelo tecnológico.

Proteger crianças e adolescentes, destaca a organização, deve ser a prioridade dos governos diante do avanço da indústria de vapes e de suas estratégias voltadas ao público jovem.

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