A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta após identificar crescimento alarmante dos casos de sarampo nas Américas em 2025. O número de infecções é 34 vezes maior do que no ano anterior, com mais de 10 mil confirmações e 18 mortes registradas em dez países. A maior parte dos óbitos ocorreu no México (14), nos Estados Unidos (3) e no Canadá (1). No Brasil, foram contabilizados 24 casos até o fim de agosto, sendo 19 deles no Tocantins.

Segundo especialistas, o avanço do sarampo está diretamente ligado à baixa cobertura vacinal. A chefe do laboratório de vírus respiratórios da Fiocruz, Marilda Siqueira, alerta que a proteção coletiva só é possível quando, no mínimo, 95% da população está imunizada. Atualmente, a taxa está abaixo do recomendado em vários países da região. Os sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, congestão nasal e irritação nos olhos, podendo evoluir para complicações graves como pneumonia e encefalite.

No Brasil, após anos de queda, os índices de imunização voltaram a subir desde 2023. O número de municípios que atingiram a meta de 95% de cobertura da vacina tríplice viral dobrou em dois anos, passando de 855 em 2022 para 2.408 em 2024. Ainda assim, diante da escalada de casos em países vizinhos, o Ministério da Saúde intensificou campanhas nacionais, com dias D de vacinação e ações em áreas de fronteira. Para as autoridades, manter o calendário vacinal em dia é a principal forma de evitar a reintrodução da doença no país.