Operação Lamaçal apura desvio de dinheiro público destinado a vítimas das enchentes no RS
Segundo a PF, as investigações apontam irregularidades em licitações realizadas pela prefeitura para contratar uma empresa responsável por serviços terceirizados de psicologia, assistência social, educação social, administração e transporte

A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira (11) a Operação Lamaçal, que apura suspeitas de desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo verbas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) repassadas à prefeitura de Lajeado (RS) após as enchentes de maio de 2024. Foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, além do bloqueio de R$ 4,5 milhões em ativos e do sequestro de 10 veículos. As ações ocorreram em Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
Segundo a PF, as investigações apontam irregularidades em licitações realizadas pela prefeitura para contratar uma empresa responsável por serviços terceirizados de psicologia, assistência social, educação social, administração e transporte. A dispensa de licitação foi justificada pelo estado de calamidade pública, mas há indícios de que a contratação não seguiu critérios de economicidade e que os valores estavam acima dos preços de mercado. Os contratos somam cerca de R$ 120 milhões. Os investigados poderão responder por desvio de verbas públicas, fraudes em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de capitais.
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul afirmou que a investigação não tem relação com o atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Marcelo Caumo, que foi prefeito de Lajeado entre 2017 e 2023. O Estado informou ainda que está à disposição da Polícia Federal e que acompanhará os desdobramentos do caso, “resguardando o direito de defesa e o contraditório dos envolvidos”. Com informações: Agência Brasil

