Operação Risco Oculto aponta quase 3 mil processos trabalhistas em frigorífico de Jaguapitã
Ação conjunta investiga más condições de trabalho, mortes de funcionários e possíveis irregularidades previdenciárias e tributárias

Os primeiros resultados da Operação Risco Oculto, deflagrada em um frigorífico de Jaguapitã, foram apresentados nesta terça-feira (2) na Delegacia da Receita Federal. A ação mobilizou o Ministério Público do Trabalho (MPT), Receita Federal (RFB), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Paraná (MP/PR) e Advocacia-Geral da União (AGU).
Segundo o procurador do Trabalho Lincoln Cordeiro, gerente nacional do projeto de frigoríficos do MPT, desde 2021 já foram identificados quase 3 mil processos judiciais e afastamentos por doenças ocupacionais envolvendo a empresa. Apenas entre janeiro e agosto de 2025, foram 430 registros.
As investigações também apuram duas mortes de trabalhadores em 2024 e apontam o ruído excessivo no ambiente laboral como um dos principais fatores de risco. O procurador não descarta o ingresso de uma ação civil pública e de pedido de indenização por dano moral coletivo contra a companhia.
O delegado da Receita Federal, Reginaldo Cezar Cardoso, informou que a empresa estaria subnotificando informações sobre as condições de risco enfrentadas pelos empregados. Caso as irregularidades sejam confirmadas, o frigorífico poderá sofrer multas tributárias, administrativas e trabalhistas, além de responder judicialmente.