Paraná aplica mais de R$ 2 milhões em multas durante operação contra desmatamento da Mata Atlântica
Ação coordenada pelo Instituto Água e Terra embargou 244 hectares e reforça queda de 95% na supressão da floresta em quatro anos; Sudoeste foi foco da fiscalização

O Instituto Água e Terra (IAT) divulgou nesta terça-feira (6) o balanço da 1ª Operação de Combate ao Desmatamento Ilegal da Mata Atlântica no Paraná em 2025. A força-tarefa, realizada entre os dias 27 de abril e 4 de maio, abrangeu 27 municípios da região Sudoeste do Estado, nas áreas dos escritórios regionais de Francisco Beltrão e Pato Branco. Ao todo, foram lavrados 141 Autos de Infração Ambiental (AIAs), com a aplicação de R$ 2.218.600,00 em multas e o embargo de 244,13 hectares — o equivalente a 244 campos de futebol.
A operação mobilizou 20 servidores de núcleos regionais do IAT, com apoio de drones e do helicóptero do Centro de Operações Aéreas (COA). O objetivo principal foi reduzir os alertas de desmatamento na região, caracterizada por pequenas propriedades rurais. As áreas embargadas não poderão ser utilizadas para qualquer atividade, a não ser a regeneração natural ou a recuperação ambiental, incluindo o veto a práticas agrosilvopastoris.
Os municípios fiscalizados foram: Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Capanema, Chopinzinho, Coronel Domingos Soares, Coronel Vivida, Cruzeiro do Iguaçu, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Itapejara do Oeste, Manfrinópolis, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Palmas, Planalto, Pranchita, Realeza, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, São João, Saudade do Iguaçu, Sulina e Verê.
A ação reforça uma tendência positiva no estado: o desmatamento ilegal da Mata Atlântica caiu 95,2% em quatro anos — de 6.939 hectares em 2021 para 329 hectares em 2024. O levantamento é do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do IAT, com base em alertas da plataforma MapBiomas. Destaque para a regional de Francisco Beltrão, que reduziu o desmate de 706,01 hectares para 11,26 hectares (queda de 98%).
O número de autos de infração ligados a crimes contra a flora também aumentou 65% entre 2021 e 2024, passando de 3.183 para 5.252, com crescimento de 70% no valor total das multas. “Esse balanço mostra claramente a forte atuação do IAT, por meio dos nossos agentes fiscais, que estão espalhados por todo o Paraná, mas principalmente nas áreas com maior cobertura de vegetação nativa”, afirmou Álvaro Cesar de Goes, gerente de Monitoramento e Fiscalização do Instituto.
A população pode contribuir com denúncias ao Disque-Denúncia 181 ou por meio da Ouvidoria do IAT. As infrações ambientais estão sujeitas a punições previstas na Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605/98), e os valores arrecadados com multas são destinados ao Fundo Estadual do Meio Ambiente.