A cientista Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja de Londrina (PR), foi anunciada como vencedora da edição 2025 do Prêmio Mundial de Alimentação (World Food Prize), considerado o “Nobel da Agricultura”. O reconhecimento, anunciado nesta terça-feira (13) nos Estados Unidos, homenageia sua contribuição pioneira no desenvolvimento de insumos biológicos que promovem uma agricultura mais sustentável.

Com mais de 40 anos de atuação na microbiologia do solo, Mariangela liderou pesquisas que resultaram na substituição parcial ou total de fertilizantes químicos por microrganismos capazes de fixar nitrogênio, especialmente na cultura da soja. Em 2024, por exemplo, sua tecnologia gerou uma economia de cerca de US$ 25 bilhões, ao reduzir o uso de adubos nitrogenados, e evitou a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂ na atmosfera. A pesquisadora atua na Embrapa Soja de Londrina desde 1991, e é referência mundial em sustentabilidade agrícola. Ela destacou que seu foco sempre foi “produzir mais com menos” — menos insumos, menos água, menos impacto ambiental — sem abrir mão da produtividade. “A produção de alimentos é essencial, mas precisa ser feita com sustentabilidade”, afirmou.

Foto: ANeto

A cerimônia de entrega do prêmio será realizada em 23 de outubro, na cidade de Des Moines, nos Estados Unidos. O World Food Prize foi idealizado pelo Nobel da Paz Norman Borlaug, criador da Revolução Verde, e reconhece anualmente personalidades que se destacam no combate à fome e no aprimoramento da produção de alimentos no mundo. Mariangela Hungria se torna a primeira mulher brasileira a receber o prêmio, unindo-se a nomes como Alysson Paulinelli, Edson Lobato e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já foram homenageados em edições anteriores. Com informações: Assessoria de Imprensa