O açafrão verdadeiro, considerado o tempero mais caro do mundo, tem uma história milenar que remonta à Idade do Bronze, entre 3500 e 1500 a.C.. Acredita-se que sua origem esteja na ilha de Creta, na Grécia, e que a planta Crocus sativus tenha sido posteriormente difundida por egípcios e persas, tornando-se um símbolo de luxo, espiritualidade e arte.

Feito a partir dos estigmas secos da flor do açafrão, o tempero é extremamente raro e trabalhoso de produzir: são necessárias cerca de 150 mil flores para gerar apenas um quilo de açafrão. Além disso, o processo de colheita é totalmente manual — cada fio é retirado com pinças delicadamente, antes do nascer do sol, para preservar o aroma e a cor intensa.

Essa combinação de escassez, trabalho artesanal e alta demanda faz com que o quilo do verdadeiro açafrão possa ultrapassar US$ 10 mil (cerca de R$ 55 mil) no mercado internacional.

Culturalmente, o açafrão sempre teve múltiplos usos. Na Grécia Antiga, era usado para tingir cabelos e tecidos; na Pérsia, servia para colorir tapetes e véus, além de ser usado em rituais religiosos e receitas medicinais. Hoje, é valorizado na gastronomia de países como Irã, Índia e Espanha, onde dá sabor e cor a pratos icônicos como a paella e o risoto milanês.

Vale lembrar: o pó amarelo comumente vendido nos mercados brasileiros, conhecido como “açafrão-da-terra” ou cúrcuma, vem de outra planta (Curcuma longa). Embora saboroso e saudável, ele é apenas um parente distante do verdadeiro açafrão — que continua, até hoje, sendo colhido fio a fio e vendido a peso de ouro.

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