Por que o consumo excessivo de álcool prejudica algumas pessoas mais do que outras?

Pesquisa aponta que fatores metabólicos aumentam a vulnerabilidade ao dano hepático

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Foto: Reprodução/WEB

Nem todas as pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool desenvolvem doenças graves no fígado. Um estudo da Keck Medicine da Universidade do Sul da Califórnia (USC), publicado na revista Clinical Gastroenterology and Hepatology, revelou que três condições médicas aumentam consideravelmente esse risco: diabetes, hipertensão e acúmulo de gordura na região abdominal.

De acordo com os pesquisadores, indivíduos que consomem álcool em excesso e apresentam essas condições têm até 2,4 vezes mais probabilidade de desenvolver doenças hepáticas avançadas.

Como o metabolismo e o álcool afetam o fígado

Esses três fatores fazem parte de um grupo conhecido como fatores cardiometabólicos, que também inclui triglicerídeos elevados e baixos níveis de colesterol HDL. Embora todos esses elementos estejam ligados ao risco de problemas cardiovasculares, o estudo identificou que apenas diabetes, hipertensão e obesidade abdominal possuem uma relação direta com o avanço da fibrose hepática, um estágio mais grave da doença do fígado.

O excesso de álcool já favorece o acúmulo de gordura no órgão, mas a presença dessas condições metabólicas acelera o processo de deterioração hepática. Os pesquisadores sugerem que isso ocorre porque o acúmulo de gordura no fígado, tanto pelo álcool quanto por distúrbios metabólicos, potencializa a inflamação e os danos às células hepáticas.

O que o estudo revelou

Os cientistas analisaram dados do National Health and Nutrition Examination Survey, uma pesquisa nacional com mais de 40 mil pessoas, para avaliar a relação entre o consumo excessivo de álcool e o desenvolvimento de fibrose hepática.

Foram considerados bebedores excessivos aqueles que consumiam:

  • 1,5 doses diárias ou mais para mulheres (aproximadamente 20g de álcool)
  • 2 doses diárias ou mais para homens (cerca de 30g de álcool)

Embora o estudo não tenha identificado exatamente por que essas três condições aumentam o risco, os especialistas acreditam que elas compartilham mecanismos que promovem o armazenamento de gordura no fígado, agravando os danos causados pelo álcool.

Atenção ao consumo de álcool

O hepatologista Brian P. Lee, principal autor da pesquisa, alerta que todas as pessoas que consomem grandes quantidades de álcool correm risco de desenvolver problemas hepáticos. No entanto, aqueles que já possuem hipertensão, diabetes ou acúmulo de gordura abdominal devem ter ainda mais cautela, pois esses fatores podem acelerar significativamente a progressão da doença hepática.

Os resultados reforçam a necessidade de que cada pessoa avalie sua condição de saúde antes de decidir sobre o consumo frequente de álcool.

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