Práticas médicas do Egito Antigo que ainda influenciam a medicina moderna
Cirurgias, próteses e tratamentos odontológicos já eram aplicados pelos egípcios há milênios — e muitos desses métodos permanecem na base da medicina atual

Embora profundamente entrelaçada com crenças religiosas e mágicas, a medicina no Egito Antigo surpreende pela praticidade e pelo avanço técnico para a época. Muitos dos procedimentos realizados há mais de três mil anos ainda encontram paralelo nos cuidados médicos modernos.
Entre encantamentos e amuletos, os egípcios registravam doenças e tratamentos em papiros como o famoso Papiro Ebers, e mantinham um sistema de saúde com médicos treinados em institutos oficiais e clínicas organizadas. A seguir, veja algumas práticas adotadas naquela civilização e que permanecem presentes, de alguma forma, na medicina atual:
Cirurgias
Graças à tradição da mumificação, os egípcios antigos desenvolveram um bom entendimento da anatomia humana. Evidências em múmias apontam que eles realizavam procedimentos como perfurações cranianas e remoção de tumores. A experiência prática, adquirida ao preparar os corpos para o pós-vida, ampliou os conhecimentos cirúrgicos.
Tratamentos odontológicos
O desgaste dental era comum, causado por areia e pedras presentes nos alimentos. Os egípcios usavam bálsamos com ingredientes como cominho, incenso e mel (conhecido por suas propriedades antissépticas) para aliviar dores e infecções. Em casos mais simples, preenchiam os dentes com linho.
Próteses
Para os egípcios, manter o corpo inteiro era essencial para garantir uma passagem adequada para a vida após a morte. Mas as próteses também eram utilizadas em vida. Um exemplo é uma prótese de dedo, considerada a mais antiga já encontrada, usada por uma mulher — possivelmente tanto por função quanto por estética.
Circuncisão
A prática era comum entre os egípcios, tanto por motivos de higiene quanto religiosos. Textos antigos relatam a curiosidade dos soldados em relação a povos que não realizavam o procedimento, demonstrando que já era culturalmente enraizado no país.
Sistema médico organizado
O acesso à saúde era regulado pelo governo. Médicos eram formados em instituições específicas e seguiam manuais clínicos. Existiam hospitais e até acampamentos médicos próximos a canteiros de obras, onde trabalhadores recebiam atendimento em caso de acidentes — e, em algumas situações, até uma compensação durante o período de recuperação.
Ainda que parte desse conhecimento tenha se perdido com o tempo, como no desaparecimento da Biblioteca de Alexandria, os registros sobreviventes mostram que a medicina egípcia foi pioneira em muitos conceitos que se mantêm até hoje.
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