Prefeitura diz que greve é ilegal e cobra mediação entre sindicatos; paralisação continua em Londrina
Segundo o secretário de Gestão Pública, Leonardo Carneiro, para que haja qualquer avanço, é necessário que os sindicatos patronais (que representam as entidades filantrópicas) e o Sinpro (representando os trabalhadores) sentem para negociar diretamente

A paralisação dos professores das creches filantrópicas de Londrina continua sem acordo, mesmo após reunião realizada nesta quinta-feira (15) entre representantes do Sindicato dos Professores (Sinpro) e a Prefeitura. O secretário de Gestão Pública, Leonardo Carneiro, se manifestou após o encontro e afirmou que a situação envolve um impasse antigo, que se arrasta há mais de dez anos.
Segundo Carneiro, para que haja qualquer avanço, é necessário que os sindicatos patronais (que representam as entidades filantrópicas) e o Sinpro (representando os trabalhadores) sentem para negociar diretamente. “Sem essa reunião entre as partes, não há diálogo possível”, declarou o secretário. A Prefeitura de Londrina reforça que entende a greve como ilegal e afirma que há uma decisão judicial determinando que as unidades permaneçam abertas, com pelo menos 60% das professoras em sala de aula para garantir o atendimento às crianças.
Apesar disso, a paralisação, iniciada na última terça-feira (13), foi mantida após uma assembleia da categoria realizada ainda na noite do primeiro dia. Os professores reivindicam equiparação salarial com os profissionais concursados dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). Atualmente, um professor da rede pública recebe cerca de R$ 4,8 mil no início da carreira, enquanto os profissionais das creches filantrópicas ganham em torno de R$ 2,2 mil — uma diferença de quase 100%, de acordo com o Sinpro. O sindicato afirma que continuará mobilizado enquanto não houver uma proposta concreta para corrigir essa disparidade. Para o Sinpro, a responsabilidade pelo reajuste salarial é do município, que terceiriza o atendimento infantil por meio das instituições conveniadas.
O impasse gera preocupação entre as famílias das mais de 8 mil crianças atendidas nessas unidades. A Prefeitura e o sindicato mantêm posições divergentes, e, enquanto isso, a greve segue sem previsão de encerramento.

