A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 79.355 medicamentos contrabandeados, sem nota fiscal ou falsificados nas rodovias federais do país entre janeiro e setembro de 2025. Desse total, 38 mil unidades foram interceptadas no Paraná — o equivalente a 47,89% das ocorrências nacionais. O número representa um salto significativo em comparação ao mesmo período de 2024, quando o estado contabilizou 13.711 apreensões, um aumento de 177,15% em um ano.

Segundo a PRF, agentes conseguem identificar falsificações analisando rótulos e embalagens — como a ausência do espaço metálico raspável que deve revelar o símbolo do laboratório fabricante. Já nos casos de contrabando, os produtos costumam ser escondidos em compartimentos improvisados dentro de veículos. Em 2025, foram apreendidas ampolas e canetas de tizerpatida, substância indicada para diabetes tipo 2 e também usada para emagrecimento, escondidas em panelas elétricas e caixas de som.

O delegado da Receita Federal em Londrina, Reginaldo Cardoso, reforça que a importação de medicamentos só é permitida seguindo critérios estabelecidos pela Anvisa, como a apresentação de prescrição médica válida. Quando apreendidos, os produtos são encaminhados aos depósitos da Receita Federal e posteriormente incinerados.

O endocrinologista Alexandre Carrilho alertou para os riscos do uso de substâncias sem procedência. Segundo ele, medicamentos falsificados podem não conter o princípio ativo declarado, comprometendo o tratamento e colocando a saúde em perigo. “Não há garantia do que realmente está dentro dessas canetas vendidas como tizerpatida. O paciente pode usar o produto e não obter o efeito esperado, além de se expor a riscos”, explicou. Com informações de G1.