Primeiro Americanas. Será a Magazine Luiza a bola da vez?
No setor de comércio de eletrodomésticos, falir não é exceção


Americanas S.A. é uma holding brasileira que atua principalmente no segmento de varejo. Fundada em 1929 em Niterói, no Rio de Janeiro pelo austríaco Max Landesmann e pelos americanos John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger
No início do ano, uma surpreendente notícia pegou todo o Brasil de surpresa: as Lojas Americanas, gigante varejista brasileira conhecida por todos, revelou inconsistências contábeis nos números, reportando um rombo financeiro inicial perto de R$ 20 bilhões, porém, apurado posteriormente de 43 bilhões. O acontecimento nos faz refletir (ou ao menos devia fazer) muitas questões: Como um valor desse passa despercebido? Passou despercebido por quem? Quem seriam os responsáveis de fato pelo “rombo”? Quem foram os “beneficiados” neste caso (se é que tiveram)? Quem e quantos foram os “prejudicados” (e aqui foram muitos com certeza)? Se aconteceu com a Americanas, será que pode acontecer com mais quantas empresas? Não podemos mais confiar nas empresas? E quando digo “ não podemos”, estou me referindo aos inúmeros prejudicados direta ou indiretamente no caso.

No dia 11 de janeiro de 2023, a Americanas anunciou que tinha encontrado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. Traduzindo: um rombo nas contas. E dias depois, pasme você, esse número saltou para quarenta bilhões!
E talvez esteja aqui o grande problema: muitos podem não se identificar como sendo um dos prejudicados e tudo bem. Não foi comigo, não sou credora, banqueira, funcionária, acionista ou sequer parente de qualquer um destes. Mas não é bem isso que a economia nos mostra e, por isso é tão importante entender um pouco mais sobre todo o sistema econômico e o quanto ele pode sim nos afetar de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde.
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Apenas dois meses depois, mais uma gigante do ramo varejista, a Magazine Luiza, na sexta-feira 10/03/2023, publicou fato relevante a respeito de uma denúncia anônima alegando desvios de conduta em práticas comerciais, especificamente envolvendo bônus relacionados à compras de fornecedores, o que a empresa agora buscará apurar. A denúncia menciona três distribuidores, os quais ao longo do exercício de 2022 representaram, aproximadamente, 3,5% do valor total de compra de mercadorias da empresa, destaca o comunicado.

Magazine Luiza, uma das principais redes de varejo do país | © Rafael Henrique/Getty Images
Mais uma vez você pode estar se perguntando: O que eu tenho com isso? Vou dizer o que você tem com isso. Apenas ontem as ações da empresa chegaram a cair 11,50% fechando em alta de 0,29%. A grande variação das ações e movimentação da Bolsa de Valores, mostra o mercado agitado, poderia dizer “inseguro” e não era para menos. Insegurança no mercado deixa investidores atentos, investidores atentos ficam dispostos a não investirem mais e pior, a tirarem seus investimentos do mercado. Sem investimentos no mercado, temos menos produção, mais inflação, produtos mais caros, menos pessoas comprando, menos vendas, menos empregos e este é só o começo. E agora? Começou a entender o que você tem a ver com isso?
Desejo a você uma excelente semana, enquanto aguardamos as cenas dos próximos capítulos!
Joenice Diniz