Procon Londrina realiza fiscalização para combater venda de bebidas adulteradas com metanol

A iniciativa se baseia no Código de Defesa do Consumidor e em legislações específicas sobre a padronização e segurança de bebidas alcoólicas, além de alertas emitidos pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon)

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Foto: reprodução

O Procon de Londrina iniciou, na manhã desta sexta-feira (3), uma operação de fiscalização em mercados da cidade com foco na verificação de bebidas alcoólicas que possam estar adulteradas com metanol, substância altamente tóxica e associada a recentes casos de intoxicação no Brasil. A ação foi coordenada pelo diretor executivo do órgão, Bruno Lopes, que conduziu a equipe até o primeiro local vistoriado, o Atacado da Avenida Tiradentes. A fiscalização busca retirar de circulação possíveis mercadorias adulteradas e orientar comerciantes sobre as medidas preventivas necessárias.

O Procon de Londrina informou que a fiscalização realizada tem caráter preventivo, já que o Paraná não possui casos suspeitos de intoxicação por metanol. O objetivo é inibir práticas criminosas e verificar possíveis indícios de adulteração em estoques, como erros grosseiros em embalagens, falhas de ortografia, problemas em lacres e demais sinais suspeitos. Como o metanol não possui cheiro ou gosto e é de difícil identificação, a checagem envolve toda a cadeia de distribuição, avaliando se ela é idônea. Havendo dúvidas sobre a procedência ou qualidade do produto, as amostras são encaminhadas para análise laboratorial. A operação será ampla, abrangendo distribuidoras, bares, restaurantes e mercados, sem prazo definido para encerrar.

Segundo o Procon, a operação terá continuidade na segunda-feira (6), a partir das 13h, em distribuidoras da cidade. A iniciativa se baseia no Código de Defesa do Consumidor e em legislações específicas sobre a padronização e segurança de bebidas alcoólicas, além de alertas emitidos pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

Recomendações

O órgão emitiu uma Recomendação Administrativa aos fornecedores de bebidas alcoólicas – incluindo bares, restaurantes, distribuidoras e plataformas digitais –, orientando sobre práticas de prevenção, como: adquirir produtos somente de fornecedores idôneos e com nota fiscal válida; conferir rótulos, lotes, selos e embalagens; suspender imediatamente a venda de lotes suspeitos e acionar autoridades competentes. Aos consumidores, a orientação é clara: evitar compras em locais irregulares, desconfiar de preços muito abaixo do mercado, verificar a integridade de rótulos e lacres e denunciar suspeitas ao Procon, à Vigilância Sanitária ou à Polícia Civil.

Casos no Brasil

O alerta ocorre em meio ao avanço das notificações de intoxicação por metanol no país. O Ministério da Saúde já registrou 60 casos suspeitos, sendo 11 confirmados em São Paulo, onde também foi contabilizada uma morte e outras cinco estão em investigação. Pernambuco apura duas mortes suspeitas, e no Distrito Federal, o rapper Hungria foi internado com sintomas compatíveis após consumir bebida adulterada.

Até agora, seis estabelecimentos foram interditados em São Paulo e uma distribuidora fechada em Brasília. Na Bahia, um paciente de 56 anos morreu em Feira de Santana após suspeita de ingestão de bebida com metanol.

Risco à saúde

O metanol, também chamado de álcool metílico, é utilizado como solvente industrial e na fabricação de combustíveis, tintas e plásticos. Sua ingestão é extremamente perigosa: pode causar cegueira, falência de órgãos e até a morte, mesmo em pequenas doses. O governo federal anunciou um plano emergencial de ações, que inclui a notificação de Procons em todo o país, intensificação da fiscalização e investigações conduzidas pela Polícia Federal.

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Redação Paiquerê FM News

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