Projeto da UEL estuda fauna silvestre e monitora doenças que podem afetar humanos
Iniciativa já analisou 265 animais em sete anos e busca identificar vírus e bactérias presentes na fauna regional

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) desenvolve um projeto que investiga a saúde da fauna silvestre regional, com foco especial na detecção de doenças que possam afetar também os seres humanos. Coordenado pelo curso de Medicina Veterinária, o trabalho analisa animais silvestres — muitos deles vítimas de atropelamentos — para identificar agentes como vírus e bactérias. Ao chegar ao laboratório da UEL, os animais passam por necropsia e têm fragmentos de órgãos coletados para diferentes tipos de exames. Nos últimos sete anos, 265 animais já foram estudados, contribuindo para o monitoramento da saúde animal, do meio ambiente e, indiretamente, da população humana.
Entre os agentes já detectados estão o parasita causador da toxoplasmose, encontrado em diferentes mamíferos silvestres, e o vírus da cinomose, comum em cães, que foi identificado em um lobo-guará. Segundo os pesquisadores, os casos não oferecem risco imediato à saúde humana, pois são pontuais, mas o monitoramento contínuo é essencial para a prevenção de zoonoses. O projeto reforça a importância da vigilância integrada entre saúde humana, animal e ambiental, conhecida como abordagem “Uma Só Saúde”, promovendo o conhecimento científico e a preservação da biodiversidade.