O queijo, presente em mesas de praticamente todas as culturas, tem uma origem tão antiga quanto a própria domesticação dos animais. Arqueólogos e historiadores acreditam que ele surgiu há mais de 7 mil anos, no Oriente Médio ou na Ásia Central, quando o leite começou a ser armazenado em recipientes feitos de estômagos de animais — ricos em enzimas que provocavam a coagulação natural do leite, separando o soro da parte sólida.

Esse processo acidental deu origem ao primeiro queijo da história, um alimento que se revelou nutritivo, durável e saboroso. Povos nômades perceberam que o leite fermentado se conservava por mais tempo em viagens, o que fez do queijo um produto essencial para a sobrevivência.

Os egípcios e gregos antigos foram alguns dos primeiros a aperfeiçoar a técnica, criando queijos com texturas e sabores diferentes. No Império Romano, o queijo já era um item de luxo e também uma forma de pagamento para soldados. Mais tarde, na Idade Média, monges europeus desenvolveram as receitas que dariam origem a clássicos como o brie, camembert, gouda e parmesão.

A presença do queijo também inspirou obras literárias. No século XIV, o escritor italiano Giovanni Boccaccio, no Decamerão, descreveu o paraíso fictício de Bengodi — uma terra onde montanhas eram feitas de queijo parmesão ralado e rios corriam com vinho. A passagem mostra o quanto o queijo já era símbolo de fartura e prazer à mesa.

Hoje, há mais de 2 mil tipos de queijo catalogados no mundo, e o processo artesanal ainda guarda a mesma essência dos tempos antigos: leite, tempo, temperatura e cuidado. Do parmesão italiano ao queijo minas brasileiro, o alimento continua sendo uma das maiores expressões culturais e gastronômicas da humanidade.

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