Reconstituição do caso Vitória é realizada em SP sem presença do suspeito preso
Maicol Santos, que confessou o assassinato da adolescente de 17 anos, não participou da reprodução simulada; defesa alega coação e pede anulação de confissão

A reconstituição do assassinato de Vitória Sousa, de 17 anos, foi realizada nesta quinta-feira (24), em Cajamar, na Grande São Paulo, sem a participação de Maicol Santos, suspeito preso pelo crime. A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. A reprodução simulada foi feita por peritos da Polícia Técnico-Científica nos principais pontos do caso: o ponto de ônibus onde Vitória foi vista pela última vez entrando em um coletivo, a residência de Maicol, e a área de mata onde o corpo da jovem foi encontrado no dia 5 de março.
Vitória desapareceu após sair do trabalho em um shopping na noite de 26 de fevereiro. Segundo a investigação, ela foi abordada a caminho de casa e assassinada na madrugada do dia 27. O corpo foi encontrado nu, com marcas de facadas no rosto, pescoço e tórax. Maicol, morador do mesmo bairro da vítima, foi preso no dia 8 de março. Em vídeo gravado na delegacia, ele confessou o crime, alegando que teve um relacionamento com Vitória e que ela o ameaçava contar à esposa sobre o caso. A defesa, porém, afirma que ele foi coagido a confessar e pretende pedir a anulação do depoimento, alegando que não havia um advogado de defesa presente no momento do interrogatório.
Apesar disso, a SSP informou que o depoimento foi feito na presença de uma advogada chamada pela polícia. A defesa de Maicol, que nega o envolvimento do réu no assassinato, divulgou um áudio no qual ele afirma ter sido ameaçado para assumir o crime. Laudos do Instituto Médico Legal confirmaram que o sangue encontrado na casa e no carro de Maicol era da vítima. Ele deve responder por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. O inquérito segue em andamento.