As defesas de quatro réus do chamado Núcleo 1 da ação penal que investiga o núcleo central da trama golpista — que pretendia manter ilegalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder — apresentaram novos recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entraram com embargos os advogados dos generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além do almirante Almir Garnier, que reafirmaram a inocência de seus clientes. O prazo para a apresentação de novos embargos de declaração terminou às 23h59 desta segunda-feira (24). Esse tipo de recurso busca esclarecer eventuais dúvidas ou omissões na decisão, mas não tem, em tese, o poder de reverter condenações. Dos oito réus do núcleo principal, quatro ainda não apresentaram novos recursos, incluindo Jair Bolsonaro, Anderson Torres e o deputado Alexandre Ramagem.

Duas defesas também ingressaram com embargos infringentes, recurso que tenta anular a condenação com base em votos pela absolvição — hipótese que enfrenta dificuldade, já que apenas o ministro Luiz Fux votou pela absolvição. Caberá ao relator, ministro Alexandre de Moraes, decidir se os infringentes serão analisados. Caso rejeite o recurso, ele pode determinar o início imediato do cumprimento das penas. Ainda cabe agravo à Primeira Turma. A defesa de Mauro Cid, delator do caso, não apresentou novos recursos. O tenente-coronel cumpre pena reduzida de dois anos em regime aberto, após colaboração com as investigações.

Nos argumentos apresentados, as defesas alegam falta de clareza sobre o suposto envolvimento dos militares na trama e ausência de provas de atos concretos. Entre os pontos levantados, questionam as conclusões da Primeira Turma e voltam a negar participação em qualquer planejamento golpista, afirmando que as condenações seriam baseadas sobretudo na delação de Mauro Cid. Com informações: Agência Brasil