Uma investigação da Polícia Federal (PF) apontou que o secretário da Fazenda de Maringá, Carlos Augusto Ferreira, teria realizado operações financeiras de até R$ 1 milhão com um doleiro ligado ao narcotráfico internacional. As informações constam em um documento da Justiça Federal, que embasou a segunda fase da Operação Mafiusi, deflagrada para apurar um esquema de lavagem de dinheiro.

Na manhã de quinta-feira (16), agentes da PF apreenderam três veículos de luxo — uma Ferrari avaliada em mais de R$ 2 milhões, além de um Porsche e uma Mercedes-Benz — durante cumprimento de mandados na residência do secretário, em Maringá. A investigação revela mensagens trocadas entre Ferreira e o operador financeiro do esquema entre 2022 e 2024, período em que ele atuava como presidente do Pinbank, uma fintech. Segundo o relatório, Ferreira teria oferecido a estrutura da empresa para movimentar recursos de origem suspeita, inclusive em transações de R$ 40 mil e R$ 1 milhão, supostamente usadas para ocultar bens e disfarçar a origem ilícita do dinheiro.

Em nota, o secretário afirmou não ter conhecimento dos crimes investigados e garantiu que nada de irregular foi encontrado durante a operação. A Prefeitura de Maringá informou que ele pediu licença temporária do cargo para prestar esclarecimentos e que, antes da nomeação, todas as certidões exigidas estavam regulares. Já o Pinbank declarou que Ferreira ocupou o cargo de Diretor-Presidente por apenas 18 dias e não tinha poderes para representar a instituição.