Sem acordo com a Prefeitura, paralisação de professoras de creches filantrópicas continua em Londrina
Segundo o presidente do Sinpro, André Cunha, a reunião com representantes da gestão municipal terminou sem avanços concretos. “Não houve proposta, não houve tratativa. A prefeitura não trouxe nada por escrito. A paralisação continua”, afirmou

A paralisação das professoras das creches filantrópicas de Londrina segue sem previsão de término. Na manhã desta quinta-feira (15), após reunião com o vice-prefeito Júnior Santos Rosa e secretários municipais, o Sindicato dos Professores (Sinpro) confirmou que não houve acordo com a administração municipal e que a greve será mantida. Durante a manhã, professoras realizaram uma manifestação pacífica em frente à Prefeitura de Londrina, com faixas, cartazes e uso de caixa de som, pedindo por salários justos, valorização da profissão e uma reparação salarial. A mobilização acontece no terceiro dia da paralisação, que afeta diretamente mais de 8 mil crianças atendidas pelas creches filantrópicas da cidade.
Segundo o presidente do Sinpro, André Cunha, a reunião com representantes da gestão municipal terminou sem avanços concretos. “Não houve proposta, não houve tratativa. A prefeitura não trouxe nada por escrito. A paralisação continua”, afirmou. André também ressaltou que a diferença entre os salários dos professores das unidades filantrópicas e os professores concursados da rede municipal chega a quase 100%.
Enquanto um professor efetivo dos CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) começa ganhando R$ 4,8 mil, profissionais das instituições filantrópicas recebem em média R$ 2,2 mil. O sindicato aponta que a responsabilidade pela equiparação salarial é do município, diferentemente do que afirma a prefeitura, que atribui a discussão aos sindicatos patronais. Apesar do impasse, o vice-prefeito se comprometeu a dar continuidade às discussões, segundo o sindicato. Já o secretário de Educação se disse sensível à causa da categoria, mas reforçou que, para viabilizar qualquer reajuste, seria necessário um remanejamento de recursos, já que o aumento não está previsto na Lei Orçamentária de 2025.
O Sinpro defende um reajuste de 4,7% com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), enquanto a prefeitura afirma que não há espaço orçamentário para atender a demanda sem comprometer outras áreas. O jurídico do sindicato também reforçou que a greve é legal, conforme decisão judicial, e que não pode haver descontos nos salários dos grevistas. A categoria, por sua vez, afirma que ainda não recebeu oficialmente nenhuma liminar determinando o retorno ao trabalho e está disposta a negociar possíveis multas caso isso ocorra.
Situação nas unidades
A paralisação tem causado insegurança entre os pais e responsáveis, que enfrentam dificuldades com o fechamento parcial ou total das unidades de ensino. Segundo dados da prefeitura:
Zona Norte: 7 instituições funcionando (1 em funcionamento total), 12 fechadas
Zona Sul: 8 instituições funcionando (2 em funcionamento total), 4 fechadas
Zona Leste: 16 instituições funcionando (5 em funcionamento total), 4 fechadas
Zona Oeste: 7 instituições funcionando (5 em funcionamento total), 3 fechadas
Área Rural: 2 instituições em funcionamento total
A paralisação, que começou na terça-feira (13), foi mantida após assembleia da categoria. Os professores afirmam que continuarão mobilizados até que haja uma proposta concreta de negociação por parte da administração municipal.

