Sesa atualiza casos de intoxicação por metanol no Paraná e reforça alerta à população
O Ministério da Saúde enviou ao Paraná, neste fim de semana, 160 ampolas do antídoto utilizado no tratamento das intoxicações por metanol, composto por etanol farmacêutico

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) divulgou, nesta segunda-feira (6), uma atualização sobre os casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Até o momento, o Estado registra dois casos confirmados, ambos em Curitiba, envolvendo dois homens de 60 e 71 anos, que seguem internados em hospitais da Capital.
Além disso, quatro casos seguem em investigação: um homem de 36 anos (Curitiba), uma mulher de 31 anos (Foz do Iguaçu), um homem de 19 anos (Cruzeiro do Oeste) e outro de 37 anos (Maringá). A paciente de Foz do Iguaçu já recebeu alta, enquanto os demais permanecem internados — o caso de Cruzeiro do Oeste está sendo acompanhado em Umuarama.
As amostras biológicas dos pacientes foram encaminhadas à Polícia Científica do Paraná, responsável pela análise laboratorial que vai confirmar ou descartar a presença de metanol. “O Paraná está vigilante. Nossas equipes técnicas estão monitorando todos os casos suspeitos e confirmados, em conjunto com os municípios, para garantir um atendimento rápido e de qualidade”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
O Ministério da Saúde enviou ao Paraná, neste fim de semana, 160 ampolas do antídoto utilizado no tratamento das intoxicações por metanol, composto por etanol farmacêutico. O produto é direcionado aos hospitais que notificam os casos ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional. Dois pacientes já receberam o medicamento, consumindo integralmente o lote enviado. O Estado aguarda um novo repasse do antídoto pelo governo federal. O tratamento é individualizado e depende de fatores como o peso e a gravidade do quadro clínico. Em casos graves, um único paciente pode necessitar de até 100 ampolas em 24 horas.
Investigações e fiscalização
De forma integrada, a Sesa e a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) intensificaram as ações de rastreabilidade das bebidas e orientação à população. A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga todos os casos registrados, com apoio da Polícia Científica.
Em Curitiba, agentes da PCPR e da Vigilância Sanitária fizeram uma vistoria no local onde o paciente de 60 anos teria adquirido a bebida. Garrafas suspeitas foram apreendidas e seguem em análise. Até o momento, a principal hipótese é de que o próprio paciente tenha misturado álcool combustível à bebida consumida, o que teria provocado a intoxicação.
A polícia destaca que não há indícios de circulação de bebidas adulteradas no comércio formal, mas todas as possibilidades seguem sendo apuradas. O metanol não altera o cheiro ou o sabor das bebidas, o que torna difícil sua identificação. Os sintomas iniciais podem surgir entre 6 e 24 horas após a ingestão, e se confundem com os de uma ressaca forte.
Sintomas iniciais:
Dor de cabeça, náuseas e vômitos;
Sonolência, tontura e falta de coordenação;
Confusão mental.
Sintomas graves (após 24h):
Dor abdominal intensa;
Alterações visuais (visão turva, sensibilidade à luz ou cegueira súbita);
Dificuldade respiratória;
Convulsões e coma.
A Sesa orienta que qualquer pessoa com sintomas procure imediatamente um serviço de saúde. Canais de atendimento toxicológico Casos suspeitos devem ser comunicados à Rede CIATox do Paraná, que oferece suporte clínico e notificação imediata à Sesa:
Curitiba: 0800 041 0148
Londrina: (43) 3371-2244
Maringá: (44) 3011-9127
Cascavel: (45) 3321-5261
Prevenção
A Sesa reforça as orientações para evitar riscos de intoxicação:
Compre bebidas apenas em estabelecimentos confiáveis;
Desconfie de preços muito baixos;
Observe se o líquido tem impurezas ou partículas;
Confira se o lacre está intacto e se o rótulo é legível;
Verifique o registro do MAPA e o selo do IPI nos destilados;
Comerciantes devem sempre exigir nota fiscal dos fornecedores;
Em caso de suspeita, procure atendimento médico imediato.
A Sesa destaca que o monitoramento segue ativo em todo o Estado e que novas atualizações serão divulgadas conforme o avanço das investigações e resultados laboratoriais. Com informações: AEN