Sinpro propõe reajuste escalonado até 2027 para encerrar greve nas creches filantrópicas em Londrina
Segundo o Sinpro, o plano projeta um reajuste acumulado de 35% ao longo dos próximos três anos

A greve das professoras das creches filantrópicas de Londrina, que já dura quatro dias, motivou uma reunião de mediação na manhã desta sexta-feira (16), convocada pelo Ministério Público do Paraná. O encontro durou cerca de duas horas e contou com a participação de representantes do Sinpro (Sindicato dos Professores), sindicatos patronais, prefeitura e líderes do governo municipal.
Durante a reunião, o Sinpro apresentou uma proposta de reajuste salarial escalonado até 2027, com o objetivo de corrigir a disparidade entre os salários dos professores da rede pública e os das creches conveniadas. A proposta prevê 5% de aumento em 2025, 15% em 2026, 15% em 2027, além da reposição anual da inflação pelo INPC. Segundo o presidente do Sinpro, André Cunha, o plano projeta um reajuste acumulado de 35% ao longo dos próximos três anos.
A reivindicação principal da categoria é a equiparação gradativa dos salários. Atualmente, um professor da rede pública recebe cerca de R$ 4,8 mil no início da carreira, enquanto os profissionais das creches filantrópicas ganham em torno de R$ 2,2 mil — quase 100% a menos, segundo dados apresentados pelo sindicato. O Sinpro ressalta que essas instituições prestam um serviço terceirizado pela prefeitura e que, por isso, o município tem responsabilidade direta sobre o custeio dos salários.
A proposta será encaminhada à prefeitura, que deve se posicionar nos próximos dias. Após a resposta oficial do Executivo, os professores realizarão uma nova assembleia para deliberar sobre a continuidade ou encerramento da greve. Por enquanto, a paralisação continua. A Justiça determinou que as escolas devem permanecer abertas com, no mínimo, 60% de atendimento garantido, para não comprometer o serviço essencial prestado às cerca de 8 mil crianças atendidas por aproximadamente 1.400 profissionais da educação infantil conveniada em Londrina. Apesar do impasse, o presidente do Sinpro destacou que o objetivo da categoria é manter o atendimento às crianças, mas com condições salariais dignas. O Ministério Público acompanha as negociações e reforçou a importância de uma solução que garanta o funcionamento regular das creches e a valorização dos professores.