Socorrista atende vítima de atropelamento e só depois percebe que era o próprio sogro
Edson Fonseca, do Samu, só reconheceu Noel Crispin pela camisa de flanela; idoso de 74 anos não resistiu aos ferimentos

Um socorrista do Samu viveu um momento de dor e surpresa ao perceber que a vítima de um grave atropelamento que ele atendia era o próprio sogro. Edson Fonseca, que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Campo Mourão, centro-oeste do Paraná, só reconheceu Noel Crispin, de 74 anos, após notar a camisa de flanela que ele costumava usar em dias frios. Edson contou que, ao receber o chamado, identificou que a ocorrência era próxima à sua residência. A equipe chegou ao local quatro minutos depois e iniciou os primeiros socorros à vítima, que não portava documentos e estava em estado gravíssimo após ser atingida por um ônibus.
“Até então, eu não sabia que era ele”, relembra Edson. Enquanto recolhia os materiais após o atendimento, foi abordado por um morador, que comentou sobre uma parente em desespero — era sua cunhada. Nesse momento, ele começou a ligar os pontos: havia notado o carro do sogro estacionado na rua, mas não achou estranho, já que era comum ele visitar familiares na região. Edson reconheceu a camisa de flanela usada pela vítima. “Foi aí que caiu a ficha… ele sempre gostava de usar camisa de flanela quando esfriava”, contou emocionado.
Mesmo com a descoberta, Edson permaneceu no atendimento até a chegada ao hospital, fazendo de tudo para salvar o sogro. “Hoje posso dizer de coração que eu fiz o meu melhor.” Noel foi levado ao Sistema Integrado de Saúde do Norte do Paraná (Sisnor), mas não resistiu a um traumatismo craniano e morreu às 20h. Mais que sogro e genro, Edson e Noel eram amigos de longa data. Foram vizinhos e conviveram por mais de 20 anos como parte da mesma família. “Nosso relacionamento era como de pai e filho”, finalizou o socorrista. Com informações de G1.