O STF formou maioria para condenar todos os réus acusados de tentativa de golpe após as eleições de 2022 pelo crime de organização criminosa. A Primeira Turma retomou nesta quinta-feira (11) o julgamento, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ministra Cármen Lúcia, quarta a votar, afirmou que a PGR apresentou prova cabal de que o grupo montou um plano de ataque às instituições democráticas e defendeu a lisura do sistema de votação, lembrando que a confiabilidade das urnas só passou a ser questionada por ataques infundados.

O relator Alexandre de Moraes pediu a palavra e reforçou que o julgamento não trata de críticas isoladas, mas de uma organização criminosa que tentou se apoderar do Estado. Ele afirmou que o 8 de janeiro não foi um ato espontâneo, mas resultado de um plano articulado, e exibiu um vídeo em que Bolsonaro ataca ministros do Supremo em manifestação na Avenida Paulista. Para Moraes, o grupo estava disposto a usar violência extrema, inclusive contra autoridades, para se manter no poder. Segundo ele, a liderança criminosa tinha armamento pesado, envolvia forças especiais e foi executada pelo próprio Jair Bolsonaro. Com o voto de Cármen Lúcia, consolidou-se a maioria para a condenação.