STF retoma julgamento de réus por tentativa de golpe e Cármen Lúcia alerta para riscos à democracia
Segundo a ministra, empreendimentos autoritários são estruturados e executados de forma racional, com fins específicos

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na tarde desta quinta-feira (11), o julgamento dos oito réus acusados de tentativa de golpe após as eleições de 2022, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. A sessão, marcada para a manhã, começou apenas às 14h20 em razão do longo voto do ministro Luiz Fux, apresentado no dia anterior.
Até o momento, o relator Alexandre de Moraes e os ministros Flávio Dino e Fux já se manifestaram, formando maioria pela condenação de parte dos acusados. Nesta quinta-feira, os votos da ministra Cármen Lúcia e do presidente da turma, Cristiano Zanin, são considerados decisivos para a conclusão da análise. Ao iniciar sua fala, Cármen Lúcia ressaltou a responsabilidade do STF em processos que envolvem direitos fundamentais e destacou que desde 2021 surgiram práticas que comprometeram a democracia, configurando tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Segundo a ministra, empreendimentos autoritários são estruturados e executados de forma racional, com fins específicos. Ela ainda reforçou que os ataques de 8 de janeiro de 2023 não foram “um acontecimento banal”, mas resultado de um processo articulado ao longo de meses, que instigou práticas criminosas e exigiu resposta firme no âmbito penal. O julgamento segue com a expectativa da conclusão dos votos e definição do destino dos acusados no processo que apura a tentativa de golpe.