Tornado que devastou o Paraná pode estar entre os mais fortes já registrados no Brasil, aponta pesquisador
Fenômeno que destruiu Rio Bonito do Iguaçu alcançou categoria EF3 e ventos acima de 250 km/h, segundo especialista da Unicamp

O tornado que atingiu o Centro-Sul do Paraná na sexta-feira (7), destruindo cerca de 90% de Rio Bonito do Iguaçu, pode estar entre os mais fortes já registrados no Brasil, de acordo com o pesquisador Daniel Henrique Cândido, doutor em geografia pela Unicamp. O fenômeno foi classificado como EF3 na Escala Fujita, que vai até 5, com ventos superiores a 250 km/h.
Cândido, que catalogou mais de 200 tornados ocorridos entre 1990 e 2011, destaca que o país ocupa a segunda posição mundial em áreas de risco de tornados, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo ele, as características geográficas e climáticas da América do Sul — como o relevo plano e o encontro de massas de ar canalizadas entre a Cordilheira dos Andes e a Serra do Mar — tornam o Sul e o Sudeste do Brasil especialmente propensos a esses eventos extremos.
Com base nos danos e nas imagens registradas em Rio Bonito do Iguaçu, o pesquisador afirma que o tornado paranaense poderia atingir o nível 6 em uma Escala Brasileira de Ventos (Ebrav), proposta em sua tese. Esse nível indicaria destruição generalizada, com colapso de estruturas de alvenaria, queda de torres de energia e levantamento de veículos.
Apesar da gravidade do evento, Cândido reforça que o Brasil ainda está longe de uma cultura de prevenção como a dos Estados Unidos, onde há maior cobertura de radares e acesso facilitado a dados meteorológicos. Ele defende o investimento em educação climática e sistemas de alerta precoce para reduzir riscos e salvar vidas em situações semelhantes. Com informações de G1.

