Uma operação coordenada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho resgatou 57 trabalhadores em condições análogas à escravidão em Itambé, no norte do Paraná. Do total, 46 são indígenas Guarani Kaiowá, oriundos do Mato Grosso do Sul. A ação começou em 16 de outubro e foi divulgada nesta quarta-feira (22). As vítimas haviam sido recrutadas por uma empresa terceirizada com promessa de emprego em uma usina de açúcar em São Pedro do Ivaí, mas foram abandonadas em alojamentos precários após o encerramento do contrato.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, os trabalhadores estavam sem alimentação, transporte, registro em carteira ou salário, e dependiam de doações para sobreviver. Os alojamentos acumulavam lixo, não tinham condições de higiene nem mobiliário adequado; um dos resgatados foi hospitalizado após ser picado por uma aranha. A investigação apontou responsabilidade tanto da usina quanto da terceirizada, e, em acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), a usina se comprometeu a pagar salários e verbas rescisórias. As autoridades também apuram responsabilidade criminal e danos morais coletivos, e as vítimas deverão retornar às suas comunidades de origem.