Trabalho infantil é realidade de 1,7 milhão de crianças e adolescentes no Brasil

Sul é a terceira região com maior número de casos!

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Trabalho infantil é realidade de 1,7 milhão de crianças e adolescentes no Brasil. Meninos negros são as vítimas mais recorrentes, indica estudo | © Imagem Ilustrativa

Esta segunda-feira, 12 de junho, é Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. A data foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2002 com as finalidades de chamar atenção e combater esta violação de direitos de crianças e adolescentes a nível global.

De acordo com levantamento da Fundação Abrinq, em 2021, cerca de 1,7 milhão de meninos e meninas entre 5 e17 anos no Brasil estavam em situação de trabalho infantil no Brasil. O estudo chamado “O Trabalho Infantil a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral” foi realizado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e identificou que adolescentes são os mais afetados: 1,3 milhão das vítimas possuíam entre 14 e 17 anos.

Ainda, o monitoramento, observou que, o trabalho infantil é executado, majoritariamente, por meninos negros (66%). A região Sudeste lidera com 579.240 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. Em seguida, está o Nordeste com 558.151 menores nesta condição. Em terceiro lugar, aparece o Sul com 246.034 casos.

“Quando pensamos em infâncias e juventudes, temos que considerar a pluralidade de experiências e opressões específicas as quais crianças e adolescentes estão submetidos. Ser uma criança negra, em uma sociedade marcada pelo racismo como é o Brasil não tem o mesmo significado que ser uma criança branca. É fundamental também o reconhecimento das diversidades, a valorização de todas as culturas para que eles se vejam representados e pertencentes”, indica a assistente social Nayara Pires.

A profissional também lembra que durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2020 e 2021, os recursos destinados à implementação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) foram zerados. Criado em 1996, a iniciativa possui apoio da Organização Internacional do Trabalho. Entre 2016 e 2017, foram investidos R$ 143, 5 milhões na medida. Em 2019, apenas R$ 4,7 milhões foram destinados aos estados e municípios para que pudessem criar ações de combate ao trabalho infantil.

“Vivenciamos um desmantelamento das políticas focalizadas na erradicação do trabalho infantil no Brasil, embora o país tenha firmado este compromisso junto as Nações Unidas. O documento assinado garantia que até 2025, não haveria mais nenhuma criança e adolescente subordinado a trabalho infantil em território nacional, mas o enfraquecimento das legislações, corte de financiamentos demonstram que será muito difícil cumprir esta meta”, analisa.

Também de acordo com a pesquisa, a maioria dos adolescentes entre 14 e 17 anos que trabalham no país estão submetidos ao trabalho infantil (86%). Este número representa um aumento de 147 mil jovens em relação à média dos trimestres de 2020. Segundo a investigação em 2021, quase metade dos adolescentes de 14 a 17 anos que estavam ocupados realizavam atividades prejudiciais à saúde e desenvolvimento (44%). Apenas 2020, cerca de 556 crianças e adolescentes foram vítimas de acidentes de trabalho, que vão desde quedas até amputações.

O que defini o trabalho infantil?

A Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), proíbem no Brasil o trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de 18 anos e qualquer trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.

Trata-se, portanto, de trabalhos que: 1) é mental, físico, social ou moralmente perigoso e prejudicial para crianças; 2) interfere na sua escolarização, privando as crianças da oportunidade de frequentarem a escola e obrigando elas ao abandono escolar prematuramente; 3) exige que se combine frequência escolar com trabalho excessivamente longo e pesado.

“A criança ou o adolescente que trabalha precocemente pode estar exposto a diversas outras violações de direitos, acidentes de trabalho, lesões físicas, doenças ou distúrbios, seja por esforço excessivo ou por exercer funções inadequadas para seu porte ou sua condição física e psicológica, que na maioria das vezes ainda está em formação”, ressalta o relatório.

Denúncias

Ao presenciar uma situação de trabalho infantil, você pode fazer uma denúncia ao Conselho Tutelar de sua cidade, à Delegacia Regional do Trabalho mais perto de sua casa, às secretarias de Assistência Social ou diretamente ao Ministério Público do Trabalho. Queixas também podem ser realizadas no Disque 100.

Com informações do Portal Verdade.

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Carol Romanini

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