UEL celebra quatro estudantes indígenas formados simultaneamente pela primeira vez
Conquista marca avanço das políticas afirmativas no ensino superior; evasão entre indígenas caiu de 54% para 9% na universidade

Pela primeira vez desde a criação do Vestibular dos Povos Indígenas, em 2001, quatro estudantes indígenas colaram grau simultaneamente na Universidade Estadual de Londrina (UEL). A formatura histórica representa um marco das políticas afirmativas de acesso ao ensino superior e da luta dos povos originários por espaço nas universidades públicas. Concluíram a graduação: Ana Lúcia Ortiz Martins, do povo Guarani Nhandewa (Psicologia); Ivone dos Santos Piraí, Guarani (Serviço Social); João Vitor Gomes de Oliveira, com duplo pertencimento Kaingang e Guarani (Letras – Inglês); e Tereza Ferreira de Souza, Kaingang (Geografia).
A política de cotas para indígenas foi instituída pela Lei n.º 13.134/2001, inicialmente com três vagas por universidade estadual do Paraná. Somente em 2006, com a criação da Comissão Universidade para os Indígenas (CUIA), as ações de permanência e acompanhamento começaram a ganhar estrutura, incluindo o aumento do número de vagas para seis por instituição. Desde então, 30 estudantes indígenas já se formaram pela UEL, que também reduziu de forma significativa a evasão desses alunos: de 54% nos primeiros anos para apenas 9% atualmente. A conquista dos quatro formandos simultâneos simboliza o fortalecimento das políticas públicas voltadas à inclusão e permanência de estudantes indígenas no ensino superior e destaca a importância da diversidade no ambiente acadêmico. Com informações de Rede Lume.

