A cafeicultura paranaense manteve em 2024 praticamente a mesma área de cultivo do ano anterior, mas a produção foi 8% inferior. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), graças à valorização dos preços pagos aos produtores, a saca de café registrou alta de até 73% em relação aos valores de 2023, desta forma, o rendimento foi superior neste ano. Conforme o levantamento, a safra de café de 2024 já foi totalmente colhida, com uma área cultivada de 25 mil hectares e uma produção estimada em 40,2 mil toneladas, em comparação com 43,9 mil toneladas no ano passado. De acordo com o Deral, esses altos preços incentivam as vendas, que atingiram 41% das 670,6 mil sacas produzidas no ciclo. No mesmo período da safra anterior, esse índice era de apenas 13%. A projeção é que o Valor Bruto de Produção (VBP) do café em 2024 supere R$ 750 milhões, um aumento de 33% em relação aos R$ 562,8 milhões registrados em 2023.
Essa recuperação pode conter, ainda que temporariamente, a tendência de redução das áreas destinadas ao cultivo de café no Estado. “No longo prazo, a tendência ainda é de retração nessa atividade rural, devido a dificuldades na sucessão familiar e na obtenção de mão de obra, além da forte concorrência com a produção de grãos”, afirmou o agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho. Ele também destacou que a segunda década deste milênio apresentou preços pouco atrativos para os cafeicultores, levando muitos ao prejuízo. “Além disso, as adversidades climáticas continuam a impactar a produção, como a frente fria de julho de 2013, que causou grande erradicação de cafezais, que até então ocupavam 65 mil hectares, mais que o dobro da área atual”, completou Godinho. Com informações AEN