Alistamento Militar Feminino: Iniciativa inédita recebe 7 mil inscrições em três dias
Foto: Agência Brasil

O alistamento militar feminino voluntário, iniciado na última quarta-feira (1º), já registrou cerca de 7 mil inscrições até o meio-dia desta sexta-feira (3). O processo, inédito no Brasil, oferece 1.465 vagas em Brasília e outros 28 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal. A medida marca um avanço histórico na inclusão de mulheres nas Forças Armadas, permitindo que elas participem do serviço militar inicial, anteriormente restrito aos homens.

O alistamento é destinado a mulheres que completam 18 anos em 2025 (nascidas em 2007) e residem em cidades onde existem organizações militares. A inscrição pode ser feita de forma online, por meio do site oficial do alistamento militar, ou presencialmente em juntas de serviço militar.

Como Funciona o Processo
O recrutamento será realizado em etapas que incluem:

Alistamento: Inscrição online ou presencial.
Seleção Geral: Avaliação da aptidão e disponibilidade de vagas.
Seleção Complementar: Realização de entrevistas, inspeções de saúde (exames clínicos e laboratoriais) e testes físicos.
Designação e Incorporação: As selecionadas serão incorporadas em duas turmas: março ou agosto de 2026.
As mulheres incorporadas ocuparão os cargos iniciais de soldado (Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta (Marinha) e terão os mesmos direitos e deveres que os homens, ficando sujeitas às penalidades previstas na legislação militar.

Crescimento Progressivo
A iniciativa, regulamentada pelo Decreto 12.154/2024, busca ampliar a presença feminina no serviço militar inicial, atingindo gradualmente 20% das vagas. Para 2025, a distribuição é:

Exército Brasileiro: 1.100 vagas.
Aeronáutica: 300 vagas.
Marinha: 155 vagas.
Atualmente, cerca de 37 mil mulheres fazem parte das Forças Armadas, correspondendo a 10% do efetivo total. Grande parte atua em áreas de saúde, ensino e logística, mas há uma crescente inserção em funções combatentes.

O Ministério da Defesa destaca que o aumento de mulheres no serviço militar inicial visa promover maior diversidade, inclusão e igualdade de gênero. A partir do ato oficial de incorporação, o serviço se torna de cumprimento obrigatório para as selecionadas, com duração inicial de 12 meses, prorrogável por até oito anos. No entanto, não haverá estabilidade no serviço militar, e as incorporadas passarão à reserva não remunerada após o desligamento.

Até agora, a presença feminina nas Forças Armadas era viabilizada por meio de concursos públicos ou como militares temporárias. Algumas instituições, como o Colégio Naval (Marinha), a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), oferecem vagas específicas para mulheres em carreiras militares.

Expansão para Todo o País
As vagas estão disponíveis em cidades estratégicas, incluindo:

Região Centro-Oeste: Brasília (DF), Águas Lindas de Goiás (GO), Formosa (GO), Planaltina (GO), Luziânia (GO), Cidade Ocidental (GO).
Região Sudeste: São Paulo (SP), Guaratinguetá (SP), Juiz de Fora (MG), Belo Horizonte (MG), Lagoa Santa (MG).
Região Norte: Manaus (AM), Belém (PA).
Região Nordeste: Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA).
Região Sul: Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Santa Maria (RS), Canoas (RS), Florianópolis (SC).
Região Centro-Oeste: Campo Grande (MS), Ladário (MS), Corumbá (MS).

O Ministério da Defesa planeja avaliar a implementação desta política e prevê ajustes nas etapas do processo de seleção para 2026 e anos subsequentes. A iniciativa visa não apenas aumentar a participação feminina, mas também estimular a reflexão sobre a equidade de gênero no serviço público. Para mais informações, as candidatas podem acessar o site oficial do alistamento militar (alistamento.eb.mil.br) ou procurar a junta de serviço militar de sua cidade. Com informações: Agência Brasil