Uma equipe da Defesa Civil Estadual esteve em Morretes nesta quinta-feira (6) para vistoriar locais atingidos pela enxurrada de 7 de fevereiro. Os especialistas analisaram áreas de risco, especialmente na zona rural, onde o acesso é mais difícil. Os laudos, que devem ser concluídos nas próximas semanas, trarão orientações específicas para cada situação.

Segundo Edson Alves, coordenador da Defesa Civil de Morretes, há 27 áreas de risco no município, onde vivem cerca de 1.200 famílias. “Precisamos desse suporte técnico para avaliar os danos e tomar as medidas necessárias”, explicou. Na localidade de Marta, um deslizamento de barranco de oito metros ameaçou uma residência. O morador Eclair Andriola relatou que a terra deslizou lentamente durante a noite, sem atingir a casa.

O caso mais grave ocorreu na comunidade Candonga, onde a enxurrada destruiu parte de três casas e alterou o curso do rio Sagrado, aumentando o risco para outras moradias. O aposentado Rubens da Silva precisou abandonar sua casa no momento da enxurrada. “A água subiu muito rápido e levou tudo o que estava na beira do rio”, contou. Para o geólogo Rogério Felipe, algumas residências devem ser interditadas devido ao risco de novos deslizamentos. “A proximidade com o rio pode comprometer ainda mais as estruturas”, afirmou.

Além dos deslizamentos, a enxurrada danificou pontes e estradas. Na estrada das Canavieiras, uma ponte foi destruída e um acesso provisório foi criado. A nova estrutura em construção precisará de ajustes para evitar futuros problemas com cheias. Outro ponto crítico foi no Bairro Alto, onde um deslizamento trouxe terra e pedras até a casa do agricultor Benedito Alves. “A chuva já vinha forte há meses, agora me preocupo com as próximas”, disse. Com sete comunidades em áreas de risco ao longo do rio Sagrado, a Defesa Civil de Morretes aguarda os laudos técnicos para definir as próximas ações e garantir a segurança da população. Com informações AEN