O deputado estadual Samuel Dantas (Solidariedade) foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), na manhã desta terça-feira (11). Ele é investigado por suspeita de desvio de dinheiro e prática de rachadinha, esquema em que funcionários são obrigados a repassar parte dos salários. A operação foi desencadeada com base em informações de um ex-assessor do deputado, que foi preso em flagrante em novembro de 2024 por extorsão, calúnia e difamação. Segundo a Polícia Civil (PC-PR), na época, o ex-assessor exigia dinheiro para não prejudicar o parlamentar.

Com autorização do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, a ação cumpriu 23 mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete de Samuel Dantas na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Foram recolhidos documentos, computadores e celulares, incluindo um aparelho do próprio deputado. Apesar da operação, Samuel Dantas compareceu à sessão plenária da Alep no mesmo dia, mas não se pronunciou sobre o caso. Em nota oficial, sua defesa negou as acusações, classificando-as como um “absurdo” sem provas, e afirmou que o parlamentar está à disposição da Justiça.

Investigação e crimes apurados
A investigação é conduzida pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (Subjur) do MP-PR e corre sob sigilo. O Ministério Público apura possíveis crimes de concussão – quando um funcionário público exige dinheiro ou vantagens indevidas e peculato – desvio de dinheiro público para benefício próprio ou de terceiros.

A Alep informou que a equipe do Gaeco foi recebida e acompanhada pelo Gabinete Militar da Assembleia, que os conduziu até o gabinete alvo da operação.

Perfil do deputado
Samuel Dantas foi eleito deputado estadual em 2022, com quase 30 mil votos. Natural de Assaí, no norte do Paraná, ele tem 32 anos e, antes de entrar na política, atuou no Exército Brasileiro e no Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Paraná (PM-PR).