Em Londrina, Vila Triolé recebe o espetáculo “O Último Tranco” nesta quarta-feira
Dirigido pela Mestra Lily Curcio (in memoriam), o espetáculo “O último tranco” é o momento do grupo Triolé, formado por Alexandre Simioni e Gerson Bernardes. Foto: Reprodução/Pixabay

Como forma de trazer aos espectadores reflexões que permeiam temáticas da morte, memória e rituais, a Vila Cultural Triolé, localizada na rua Etienne Lenoir, 155, receberá o espetáculo “O Último Tranco”, apresentado pela Cia. Triolé, nesta quarta-feira (27), às 19 horas. A apresentação faz parte da programação da feira de artes cênicas “Cena em Movimento”, que se encerra nesta sexta-feira (29). Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados meia hora antes, na portaria da vila cultural. O espetáculo é recomendado para maiores de 10 anos e contará com uma tradução simultânea em libras.

No palco, os palhaços Lambreta e Mereceu se apresentam em um espaço de realidade distópica. Uma mistura de laboratório, sala médica, mecânica de carros, que se espalha desde o ambiente até o figurino das figuras. Ao centro da cena, o corpo-objeto da despedida se prostra sobre uma mesa com lençol branco. Essa é a fonte do desespero e causa do pranto dos palhaços Lambreta e Mereceu que, em meio aos sentimentos comicamente expostos, elaboram os rituais necessários – ou não – para a realização da devida despedida.

Dirigido pela Mestra Lily Curcio (in memoriam), o espetáculo “O último tranco” é o momento do grupo Triolé, formado por Alexandre Simioni e Gerson Bernardes, em se aventurar por outros ambientes, abrindo espaço para a alternância entre silêncio e som. Segundo Simioni, a dupla mantém uma parceria de 15 anos, destacando-se com o espetáculo “Qual Graça de Laurinda”, realizada desde 2010. Além dessa produção conjunta, o grupo conta com dois solos: “O Zelador”, interpretado por Mereceu (Simioni), e “Subsolos”, apresentado por Lambreta (Bernardes). “Então, a gente tinha a necessidade de um espetáculo novo, de um espetáculo que trouxesse de novo a dupla para os palcos. E com uma proposta um pouquinho diferente, já que esses outros três espetáculos cabem em espaços alternativos, cabem em rua e diversos outros lugares.”

Visando desnudar os conceitos apresentados, de modo a poder exibi-los de maneira lúdica e transcendental por meio da linguagem da Palhaçaria, muitas referências foram buscadas pelo grupo desde 2020, com temáticas advindas da pandemia. “Para além do tema da morte e os seus rituais, a gente pesquisou muitos filmes e livros que retratavam a temática da distopia, desde o filme Mad Max e o filme e livro 1984 (George Orwell). Outro referencial que foi muito forte para nós foram as obras do Bispo do Rosário, por meio da sua produção artística e a maneira de como ele viveu”, relatou o ator Gerson Bernardes, responsável por dar vida ao palhaço Lambreta.

Segundo Bernardes, as pesquisas partiram dos seus estudos e de Alexandre Simioni, intérprete do palhaço Mereceu no espetáculo. “A gente teve uma pesquisa teórica com o pesquisador e filósofo Gandhy Piorski, sobre os temas da memória, saudade, morte, lutos, rituais e um trabalho de preparação corporal e preparação afetiva em palhaçaria, com a Grita Cia de Palhaças.”, salientou. Com estreia em maio deste ano, o espetáculo “O último tranco”, já contou com doze apresentações, sendo dez em maio, na Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da UEL, e duas apresentações em outubro, na Vila Cultural Triolé. O espetáculo ainda conta com a participação de 17 profissionais, compondo toda a produção do evento. Com informações do N.Com.