Foi concluída no domingo (17) em Paranaguá, no litoral paranaense, a primeira etapa do Paraná Master 2024, competição estadual que reúne atletas acima dos 35 anos de idade. Tendo iniciado na última quinta-feira (14), essa fase abrangeu disputas nas modalidades de futsal, handebol, basquete, voleibol e vôlei de praia. Londrina foi representada por 140 atletas, que participaram das competições em todas as faixas etárias, desde 35+ até 55+.
Muitas equipes londrinenses obtiveram resultados expressivos, incluindo o vôlei de praia masculino 40+ e 50+ (terceiro lugar), voleibol feminino 45+ (segundo lugar), voleibol feminino 35+ (quinto lugar), voleibol masculino 40+ (terceiro lugar), basquete masculino 40+ e 50+ (segundo lugar), handebol feminino 40+ (segundo lugar), handebol masculino 50+ (quarto lugar) e futsal masculino 55+ (segundo lugar). A segunda parte do Paraná Master 2024 será realizada em Apucarana, entre 22 de novembro e 1º de dezembro, com as modalidades de atletismo, natação e badminton.
O técnico da equipe de basquete masculino 40+, Marival Antonio Mazzio Junior, contou que a equipe precisou enfrentar uma situação inesperada que levou ao desfalque de alguns jogadores. “Tivemos uma situação bem peculiar relacionada ao Brasileiro Master de Basquete, que aconteceu em Caxias do Sul na mesma data. Pelo menos dez dos nossos atletas optaram por jogar o nacional, ao invés do Paraná Master e, infelizmente, não pudemos fazer nada. Mesmo assim, conseguimos participar com dois times fortes. Por mais que isso tenha afetado um pouco a qualidade da equipe, quem participou entregou bons resultados. Tivemos apenas uma derrota, logo no primeiro jogo contra o Ponta Grossa, mas conseguimos nos recuperar nas disputas seguintes, mesmo com o cansaço que bate após três jogos em dias seguidos”, contou o treinador.
Além de comandar a equipe de 40+, Mazzio também participou como atleta no time de 50+, em que também conquistou o segundo lugar. De acordo com ele, o sentimento é de dever cumprido na competição. “No primeiro momento, nosso objetivo é estar em quadra, se divertir, jogar bem e, claro, partindo de nós mesmos, a cobrança de ser melhor a cada dia. Nesse sentido, o objetivo foi cumprido; conquistamos dois vice-campeonatos e foi muito bom participar desse Paraná Master. Outra meta é mostrar o papel que o basquete tem na recuperação e motivação para as pessoas. Nós temos um atleta, o Roberto Furlanetto, que no começo deste ano teve um infarto, tendo que colocar um stent. Após todo o processo de recuperação, hoje ele está de volta em quadra, jogando, e isso já é uma grande vitória”, destacou.
O atleta Roberto Luiz Furlanetto, de 63 anos, frisou que a constante prática de esportes salvou sua vida na ocasião em que sofreu um ataque cardíaco de entupimento total, que poderia tê-lo levado à óbito. “Eu tenho um histórico de competição desde cedo. Aos 11 anos comecei a competir em vários esportes, desde a natação até o basquete. Na base do basquete, comecei no infantil e fui até o juvenil. Por conta do trabalho, parei de jogar aos 17 anos, mas nunca parei com a atividade física. Quando entrei na universidade, no curso de Educação Física, fiz atletismo, pois sempre gostei de competir”, contou.
Furlanetto relatou que, apesar de ter sido professor e treinador de basquete, ficou sem jogar durante muito tempo, mas retornou à modalidade há três anos, quando foi convidado para participar de um campeonato de veteranos. “Eu recebi o convite, participei e peguei gosto. Foi aí que voltei a me dedicar e treinar, depois de 40 anos. No dia do infarto, estava jogando futebol e depois do jogo eu passei mal. Fui internado e fiz cateterismo, tive entupimento total. O médico me disse: ‘50% das pessoas que têm infarto desse tipo vão a óbito, e o seu coração achou um plano B’. Fui me recuperando e depois de 40 dias tinha voltado a praticar atividade física. Com certeza o papel do esporte, depois de Deus, foi o que me salvou”, afirmou.
Outra equipe que obteve um excelente resultado foi a de handebol feminino 40+. A técnica do time, Camila Mary Tsuzuki, contou que se sentiu nervosa ao assumir uma equipe de atletas experientes, mas que felizmente teve uma experiência agradável e que rendeu bons frutos, terminando em segundo lugar. Tsuzuki explicou que já é treinadora há muitos anos, tendo comandado equipes de base, juvenis e adultas. Porém, essa foi a primeira vez em que esteve à frente de um time da categoria master.
“Nunca tinha trabalhado nessa categoria e confesso que fiquei ansiosa, pois como tenho 38 anos e ia trabalhar com atletas da faixa 40+, todas eram mais experientes que eu. Porém, foi uma grata surpresa. Foi muito gostoso porque você está lidando com pessoas que gostam do esporte e estão ali para jogar, elas dão muita atenção quando tenho algo a dizer. Quando você lida com pessoas maduras, o aprendizado é de duas vias, ensinamos e aprendemos. Com esse clima bacana, nos divertimos muito”, disse.
A treinadora ressaltou a importância do apoio da Fundação de Esportes de Londrina (FEL) às equipes, através dos recursos do Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos (Feipe). Segundo ela, o resultado do time foi muito superior ao que inicialmente se esperava, por ser um projeto recém-beneficiado. “Quando a FEL nos contemplou com o patrocínio do projeto master, a ideia era fazer uma participação ‘legal’, não passar vergonha. Por isso, colocamos sempre uma meta alcançável, de quinto lugar, por exemplo. Mas quando me dei conta, as meninas já estavam na semifinal, e depois na final. Então foi bem emocionante, muito gostoso mesmo”, sublinhou.
Todas as demais equipes de Londrina que participaram da competição também contam com o apoio da FEL, através do Feipe. Em sua quarta edição, o Paraná Master é organizado pelo Governo do Paraná, através da Secretaria do Esporte (SEES). Ao fim das duas etapas, estima-se uma participação de 1,6 mil atletas e dirigentes de 27 municípios, distribuídos em 91 equipes. Com informações do N.Com.