Justiça investiga tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente as joias para Michelle Bolsonaro
Por mais de um ano, Jair Bolsonaro tentou usar cargo para que Michelle trouxesse joias de R$ 16 milhões sem declarar seu valor à alfândega © Isac Nóbrega/PR

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta sexta-feira (3) que pedirá para a Polícia Federal (PF) investigar a tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente as joias para Michelle Bolsonaro. Segundo Dino, o ofício com as informações deverá ser apresentado à PF na segunda-feira (6).

Em outubro de 2021, o governo Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o Brasil joias com diamantes no valor de R$16,5 milhões, presenteadas pela Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As joias foram encontradas na mochila de Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando a comitiva brasileira que esteve no Oriente Médio retornou ao Brasil.

A Receita Federal não liberou as joias, pois não foram declaradas, e o governo tentou intervir para conseguir a liberação sem pagar imposto e multa, mas não teve sucesso. As joias estão retidas com a Receita Federal. As joias incluem um colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes. Segundo a lei, para entrar no país com mercadorias acima de US$ 1 mil, o passageiro precisa pagar imposto de importação equivalente a 50% do valor do produto, e quando o passageiro omite o item, deve pagar uma multa adicional de 25% do valor. Se quiser reaver as joias, Bolsonaro terá que pagar cerca de R$ 12 milhões.

O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque mudou de versão sobre a apreensão feita pela Receita Federal das joias que o governo Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer de forma ilegal para o Brasil para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em entrevista ao jornal O Globo, Albuquerque afirmou que as joias, avaliadas em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões), foram “devidamente incorporadas ao acervo oficial brasileiro”.