Paraná firma adesão ao Amber Alert, que amplia divulgação de alertas de crianças desaparecidas
Foto: Fábio Dias/EPR

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) aderiu ao programa Amber Alert, uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a empresa de tecnologia Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) que auxilia na divulgação de informações sobre crianças desaparecidas. O Paraná é um dos primeiros estados a aderir ao alerta, justamente na semana em que se celebra o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, no próximo sábado (25). O Amber Alert está presente em 30 países e começou a ser utilizado no Brasil em agosto de 2023. Em território nacional, o serviço está disponível no Ceará, Minas Gerais, Distrito Federal e agora no Paraná.

O programa é um sistema de alertas urgentes que é ativado em casos de desaparecimento ou sequestro de crianças. Quando uma criança desaparece ou é sequestrada, o Amber Alerts é ativado e um comunicado especial é encaminhado às plataformas da Meta para publicar o alerta para usuários das suas redes sociais no raio de até 160km do local do fato ocorrido. O alerta anuncia a descrição da vítima, além de descrições de qualquer indivíduo suspeito de envolvimento no crime. Pelo acordo da Meta com o governo federal, os alertas são emitidos somente para os casos de desaparecimento de pessoas que tenham menos de 18 anos e que estejam em risco iminente, segundo a avaliação das autoridades.

A inclusão do Paraná no programa foi feita pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), a primeira e única estrutura do Brasil dedicada exclusivamente à investigação do desaparecimento de crianças e adolescentes. A unidade tem se destacado nos últimos anos mantendo índices de 100% de resolução de casos. A chefe do Sicride, Patricia Paz, explica como deve ocorrer o procedimento em casos assim. “O primeiro passo é o registro do boletim de ocorrência, que não é necessário esperar 24 horas para ser feito. Imediatamente a unidade vai contatar o Ciberlab, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que entra em acordo com a Meta e divulga as informações. O alerta auxilia justamente na veiculação correta das informações do menor desaparecido, para que seja localizado de forma mais rápida”, diz.

Com sede em Curitiba, o Sicride recebe os boletins de todas as cidades do Paraná sobre desaparecimento de crianças e também conta com o apoio de outras unidades quando necessário. O órgão atua em casos de pessoas com 0 a 12 anos de idade incompletos. A depender da situação, o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) da Polícia Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e forças de segurança de outros estados, entre outras instituições parceiras, podem ser acionadas.

CASOS ANTIGOS – Apesar de ter 100% de resolução em casos ocorridos desde 2018, o Sicride continua atento a desaparecimentos mais antigos, alguns até de décadas atrás. Nestes casos, as investigações estão constantemente em busca de novas pistas ou denúncias, com o uso inclusive de tecnologias mais modernas, como o sistema que simula a progressão de idade da criança com base em fotos antigas e a identificação de material genético por DNA.

DATA – O dia 25 de maio é lembrado todos os anos como o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas. A data foi escolhida porque, neste dia, em 1979, Ethan Patz, de seis anos de idade, desapareceu enquanto voltava da escola, em Nova York (EUA). A criança nunca foi encontrada, mesmo com o intenso esforço da polícia e comunidade na época, o que motivou os Estados Unidos a lançarem uma campanha nacional que incluía fotos de crianças desaparecidas nas caixas de leite. Em 1986, o país oficializou o dia 25 de maio como uma data dedicada a todas as crianças desaparecidas, que contou com a adesão de outros países, incluindo o Brasil. Com informações da AEN.