A Universidade Estadual de Londrina (UEL), em parceria com as universidades estaduais do Paraná e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), divulgou, na quinta-feira (18), o resultado do XXIII Vestibular dos Povos Indígenas. A lista traz o total de 306 candidatos classificados no processo seletivo, conforme as regras do edital conjunto Nº 01/2023, que instituiu o vestibular.
A partir da homologação do resultado, os candidatos classificados, no limite das vagas de cada universidade, deverão realizar a matrícula em primeira chamada, em dias e locais específicos.
Conforme o resultado, 26 candidatos estão classificados para ocuparem as vagas ofertadas pela UEL. A universidade do Paraná com o maior número de classificados foi a Universidade Estadual de Maringá (UEM), com 74, seguida das estaduais do Norte do Paraná (UENP) e do Oeste do Paraná (Unioeste), com 39 cada, e do Centro-Oeste (Unicentro), com 36.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) conta com 41 classificados. No Vestibular dos Povos Indígenas os candidatos classificados concorreram às vagas suplementares em cursos de graduação, divididas entre as sete universidades estaduais do Paraná – UEL, UEM, UEPG, Unioeste, Unespar, UENP e Unicentro – e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nesta edição, as provas foram feitas em oito polos: Nova Laranjeiras, Apucaraninha, Queimadas, Manoel Ribas, Mangueirinha, Cornélio Procópio, Curitiba e Santa Helena, distribuídas em terras indígenas e nos câmpus das universidades.
Os locais que concentraram o maior número de candidatos foram Cornélio Procópio (150), Mangueirinha (94) e a Reserva de Apucaraninha (81). A edição de 2024 do processo seletivo recebeu 622 candidatos, sendo 298 homens e 323 mulheres. Do total, 246 são da etnia Kaingang, seguidos de 148 da etnia Guarani.
Professor do Departamento de Serviço Social da UEL e membro da Comissão Universidade para Indígenas (Cuia/UEL), Wagner Roberto Amaral destaca que a política estadual de ingresso ao ensino superior, instituída pelas leis estaduais nº 13.134/2001 e nº 14.995/2006, colhe frutos concretos e significativos para as comunidades indígenas.
Na UEL, por exemplo, a partir do ingresso nos cursos de graduação, os estudantes indígenas são matriculados diretamente no Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica, que tem o objetivo de ambientar o estudante no meio acadêmico.
Ele tem duração de um ano e é organizado em três campos – Ciências da Natureza, Matemática e Língua Portuguesa, utilizando metodologia da problematização e da reflexão para o desenvolvimento da criticidade, além de permear os conteúdos e conceitos de cada área.
“É a única experiência na América Latina em que os indígenas ingressam não diretamente nos cursos convencionais, mas em uma turma em uma modalidade específica de graduação, em que eles têm um ano em que vão retomando conteúdos, discutindo e se fortalecendo em sua identidade indígenas, e amadurecendo a escolha do curso.
O Ciclo tem sido uma experiência bem importante neste processo e completa dez anos de existência neste ano”, afirma o professor. Com informações da AEN.