
Desde 1995, quando o Brasil constatou oficialmente a existência de formas contemporâneas de escravidão, o governo federal resgatou cerca de 65,6 mil pessoas em condições análogas à escravidão em mais de 8,4 mil operações. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo Ministério do Trabalho. Entre 2003 e 2024, mais de R$ 155 milhões foram pagos em verbas trabalhistas e rescisórias às vítimas. O seguro-desemprego para trabalhadores resgatados começou a ser contabilizado apenas em 2003.
Em 2024, 1.035 fiscalizações específicas resultaram no resgate de 2.004 trabalhadores, sendo o segundo maior número em 14 anos, atrás apenas de 2023, que teve mais de 3,1 mil resgatados. As fiscalizações também garantiram o pagamento de R$ 7,06 milhões em direitos trabalhistas e rescisórios.
Áreas com maior número de resgatados em 2024:
Construção de edifícios: 293 trabalhadores;
Cultivo de café: 214 trabalhadores;
Cultivo de cebola: 194 trabalhadores;
Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita: 120 trabalhadores;
Horticultura, exceto morango: 84 trabalhadores.
Pela primeira vez, 30% dos resgatados estavam em áreas urbanas. No setor doméstico, 22 fiscalizações resultaram no resgate de 19 trabalhadores. O Ministério do Trabalho anunciou o desenvolvimento de uma agenda específica para trabalhadoras domésticas e mulheres, registrando as vulnerabilidades sociais enfrentadas por elas.
Estados com maior número de ações fiscais em 2024:
São Paulo (191)
Minas Gerais (136)
Rio Grande do Sul (82)
Paraná (42)
Espírito Santo e Rio de Janeiro (41 cada).
As operações foram realizadas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) e pelas unidades regionais do Ministério do Trabalho, que reforçam o compromisso de combater o trabalho escravo em todo o território nacional.