Mais de 16 milhões de brasileiros vivem em favelas
Rio de Janeiro - Comunidade da Rocinha (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 16,39 milhões de pessoas no Brasil residem em favelas e comunidades urbanas, representando 8,1% da população total de 203 milhões de habitantes. São 12.348 favelas distribuídas em 656 municípios, com características como falta de segurança jurídica, infraestrutura pública precária e ocupação de áreas de risco.

A região Sudeste concentra 43,4% dos moradores de favelas no país, ou seja, 7,1 milhões de pessoas. Em seguida, o Nordeste abriga 28,3% (4,6 milhões), o Norte possui 20% (3,3 milhões), o Sul 5,9% (968 mil) e o Centro-Oeste 2,4% (392 mil ). Em números absolutos, São Paulo liderou com 3,6 milhões de moradores em favelas, seguido pelo Rio de Janeiro (2,1 milhões) e Pará (1,5 milhões), representando juntos 44,7% dos moradores dessas comunidades no Brasil. Em termos de proporção, o Amazonas tem a maior porcentagem de habitantes em favelas, com 34,7% da população, seguido pelo Amapá (24,4%) e Pará (18,8%). A maior favela é a Rocinha, no Rio de Janeiro, com 72.021 moradores.

As favelas possuem cerca de 958 mil estabelecimentos, com 616,6 mil dedicados ao comércio e serviços, 50,9 mil religiosos, 7,9 mil de ensino e 2,8 mil de saúde. Aproximadamente 280 mil desses estabelecimentos estão em fase de construção ou reforma, diminuindo expansão e desenvolvimento local. O Censo de 2010 identificou 11,4 milhões de pessoas em favelas, ou 6% da população, mas o IBGE alerta que os avanços tecnológicos e metodológicos nas classes dificultam comparações diretas entre 2010 e 2022. Com um mapeamento mais preciso e ajustes nos limites territoriais, o aumento de moradores em favelas pode ser reflexo dessas melhorias na identificação e não apenas de crescimento demográfico.
O Censo 2022 reflete o caráter urbano das favelas brasileiras e revela uma realidade em que, embora os domicílios tenham acesso a serviços básicos, há desafios estruturais significativos. Essas áreas são marcadas pela concentração populacional em grandes centros e apresentam diferenças regionais importantes. Com informações: Agência Brasil