
Uma operação conjunta realizada nesta terça-feira (14) pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo prendeu 12 pessoas acusadas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os detidos estão o presidente e o vice-presidente da ONG Pacto Social & Carcerário, com sede em São Bernardo do Campo (SP), além de três advogados, um deles em Londrina (PR). Denominada “Scream Fake”, em alusão ao documentário O Grito , da Netflix, que aborda o sistema penitenciário brasileiro, a operação cumpriu 14 mandatos de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e outras localidades. Foram apreendidos celulares, documentos e anotações que ainda serão analisados.
A ONG, que cumpriu prestava apoio a presos e egressos do sistema carcerário, teria sido usada como fachada pelo PCC para promover manifestações públicas e ações judiciais com o objetivo de desestabilizar as instituições de justiça, segundo as investigações. O caso começou a ser apurado há três anos, após a apreensão de cartões de memória com informações de detentos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Os provas indicaram que o PCC operava por meio de núcleos divididos em setores como “gravatas” (advogados), “saúde”, “financeiro” e “reivindicações”. Este último seria responsável por organizar manifestações e denúncias direcionadas, frequentemente articuladas por ONG.
“O que está contido na prova desta investigação são determinações claras e prestações de contas dos diretores da ONG para os advogados e para os presos do PCC. Todas as manifestações foram dirigidas pelos presos do PCC”, explicou o promotor Lincoln Gakiya em coletiva de imprensa.